Foto:FRI |
Estima-se que cerca de 25% das mulheres entre 15 e 49 anos
tenham sido submetidas à prática no país.
A mutilação genital feminina na Nigéria é um tema que está em
voga há algum tempo. De um lado está os defensores a manutenção de
tradições. Do outro mulheres e
pessoas que acreditam na importância de cessar práticas machistas.
Em meio ao cenário de debate, o presidente Goodluck Jonathan
aprovou criminalização da mutilação genital feminina na
Nigéria. A lei federal representa uma mudança de postura do país da África
Ocidental.
A medida, que também prevê punição aos homens que
abandonarem suas mulheres e filhos, vai contribuir para a diminuição deste
hábito mutilatório.
De acordo com levantamento feito por entidades de defesa dos
direitos humanos, a mutilação feminina atingiu 25% das mulheres
nigerianas entre 15 e 49 anos. A ONU revelou em 2014 que o ato gera
infertilidade, perda do prazer sexual, além de oferecer risco de morte causado
por possíveis infecções.
Cercada por um debate que envolve tradição, mas também
direito ao próprio corpo, a proibição da mutilação feminina traduz uma mudança
oriunda do desenvolvimento social. Não se trata de um fim aos costumes
tradicionais, mas de uma adequação aos tempos modernos.
Segundo o Guardian, há 13 anos ativistas e grupos de defesa
dos direitos humanos pressionavam o governo para que aprovasse uma lei que proíba a prática.
“É crucial que continuemos com os esforços de mudanças de
visões culturais que permitem a violência contra a mulher. Só assim esta
prática agressiva terá um fim”, declarou ao The Guardian Stella Mukasa, diretora do núcleo
de Gênero, Violência e Direitos do Centro de Pesquisas da Mulher.
De acordo com o International Business Times, especialistas
afirmam que a lei pode impactar a criação de outros dispositivos legais em
outras 26 nações africanas, onde a prática ainda ocorre.
Considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma
violação dos direitos humanos, esta prática consiste em remover – parcial ou
totalmente – os genitais femininos, com a intenção de impedir que a mulher
sinta prazer sexual. Não há nenhuma justificativa médica para esse tipo de
intervenção, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
De acordo com dados divulgados pela Unicef em fevereiro, há
cerca de 130 milhões de mulheres e meninas vítimas da prática vivas atualmente.
Geralmente a operação é feita de forma rudimentar, sem
anestesia e em condições de higiene “catastróficas”, de acordo com a Desert
Flower Foundation. Facas, tesouras, lâminas e até cacos de vidro podem ser
usados nos procedimentos, geralmente feitos até os 15 anos da vítima.
Dados da Unicef mostram que a prática se alastra
principalmente na Somália e na Guiné, onde 98% e 97% da população feminina foi
mutilada, respectivamente. Caso a prática não seja inibida, 30 milhões de mulheres
podem sofrer mutilação genital na próxima década.
A OMS afirma que a mutilação causa sérios riscos como hemorragia, tétano, infertilidade e a necessidade de outras cirurgias para reparar o estrago.
Do www.brasilpost.com.br /guiadoestudante/ Hypeness
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