Foto :arquivo pessoal /UOL |
Por Mônica Aguiar
Uma criança de oito anos teve a matrícula recusada pela direção
da Escola Municipal Professora Augusta Maria Costa, em São José de Ribamar
(MA), por usar os cabelos no estilo black power, no último dia 12 .
A recusa foi feita pela diretora Helenita Rita Sousa, no momento que a mãe do garoto buscava fazer a transferência.
A criança que tem autismo, está no 3º ano do ensino fundamental , iniciaria
na Escola no mesmo dia.
O pai do garoto, Fábio Lima, registrou boletim de ocorrência
na Delegacia de São José de Ribamar, como racismo e aguarda a conclusão
do inquérito policial para levar o caso, oficialmente, ao MP-MA (Ministério
Público do Maranhão).
Lima relata que o filho ficou constrangido e que a
situação causou medo na criança, a ponto de ela não querer saber da palavra
escola.
Em entrevista ao UOL , a família afirma que não vai cortar os
cabelos do filho e que também não se sente segura em levar a criança para esta escola,
por temer pela segurança com possíveis
represálias.
"Meu filho é uma criança especial e ele entende as
coisas ao modo dele. Ele tem apego aos cabelos e ficou desesperado quando ouviu
que a diretora disse que era para cortar os cabelos para ficar no padrão dos
demais colegas. Como minha esposa se recusou a deixar que cortassem o cabelo do
nosso filho, a diretora devolveu os documentos de transferência. Quando minha
esposa me contou o acontecido, fiquei chocado e procurei a polícia", diz
Lima
Segundo os
pais, quando a diretora viu os cabelos do menino disse:
"Esse cabelo a
gente não admite porque é fora do padrão."
A mãe argumentou que os cabelos
naquele estilo são a identidade do menino e ouviu da diretora
"a senhora
vai pegar os documentos e voltar se cortar os cabelos dele”.
A diretora da escola, Helenita Rita Sousa, nega que tenha
agido com racismo e ainda justifica que :
"Perguntei à mãe da criança se
ela tinha como cortar o cabelo tipo social e ela disse que ia pensar. Então, eu
disse 'a senhora pensa, porque o corte social é padrão aqui na escola'", destacando
que em nenhum momento falou com "racismo.
A secretaria adjunta de Estado de Igualdade Racial, Maria do
Socorro Guterres, ainda em entrevista para o UOL, analisa que o caso se trata de uma manifestação de racismo e
que a escola precisa saber trabalhar com a diversidade.
"Essa atitude fere
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como também outros marcos legais,
como o Estatuto da Igualdade Social. O ambiente escolar é o retrato da nossa
sociedade e somos diversos sujeitos. A escola precisa está apta a lidar com
todos com igualdade".destaca Guterres
O Blog Mulher Negra conversando com Ilara Barbosa, chefe de gabinete, hoje dia 15 , informou que estão acompanhando o caso de perto, já chegaram a conversar com o delegado especializado Dr. Aguinaldo Timóteo titular da DEGRADI ( Delegacia Especializada em Conflitos Agrários, Racismo, Injúria Racial e Intolerância Religiosa) sobre o fato ocorrido.
A Semed (Secretaria Municipal de
Educação) informou que abriu processo administrativo para apurar os fatos e
que, ao finalizar o processo, tomará as providências cabíveis.
Trechos Aliny Gama
Fontes:UOL
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