'Não leiam livros de história
do Brasil. Eles dizem que existiu escravidão de
negros no País, mas isso é mentira', afirmou mulher após imagens de filho viralizar nas redes sociais
A mãe, empresária é apoiadora
do candidato a presidente do Brasil eleito, postou foto do filho de 9 anos
fantasiado de escravo, com correntes e marcas de chicotadas, para a festa da
Halloween de um colégio particular de Natal (RN).
Vestido apenas com algumas
túnicas brancas, simulando um calção e uma faixa na cabeça, o menino também usa
imitações de correntes e grilhões, instrumentos usados na tortura e
aprisionamento de escravos.
A foto do filho de 9 anos fantasiado de “escravo” para a festa de
Halloween de colégio particular de Natal (RN), causou revolta nas redes
sociais nesta segunda-feira (29) .
“Quando seu filho absorve o
personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo”, escreveu ela na legenda
das fotos que mostram a criança pintada, sem camiseta, com correntes amarradas
nos pés e nas mãos e “marcas” de chicotada feitas com maquiagem.
Pouco depois da postagem,
usuários comentaram a foto parabenizando a mãe pela criatividade e realismo da
fantasia.
“Minha nossa senhora!!!!
Causou kkkkkkkk”, comentou uma usuária.
“Meninaaaaa perfeito!!!”,
comentou outra
Após a publicação, a mulher, passou a
ser chamada de racista e recebeu centenas de críticas.
“Escravos não são personagens.
A diferença deve ser encarada como uma maneira de enfrentar o mundo e seu
preconceito. Que brincadeira mais sem escrúpulo.
A história dos escravos
deveria ser mais aproveitada de maneira a combater a imposição de ideologias”,
escreveu um internauta.
“Você realmente tá achando que
você fez algo muito legal? O que mais me enoja é que você acha que tá dando uma
super educação pro seu filho, mas tá mostrando que jogou a sua no lixo”, disse
outra.
Até mesmo o cantor Marcelo D2
compartilhou prints da publicação. “Quando você acha que já viu de tudo na
vida…”, escreveu.
A postagem do cantor
ultrapassou os 2 mil retweets no Instagram .
Diante da repercussão negativa nas redes sociais,
a mulher deletou as fotos e bloqueou sua conta no Instagram. Pelo Twitter, no
entanto, rebateu as críticas com ironia .
“Ñ leiam livros d História do
Brasil. Eles dizem q existiu escravidão d negros no país, mas isso é mentira. Ñ
discuta com essa afirmação, pois vc estará sendo racista, A PIOR PESSOA, um
lixo Só ñ entendi ainda se o problema foi a fantasia ou o ’17’ na foto”,
postou.
A mulher tem na foto do perfil a logomarca de campanha de Jair Bolsonaro.
Em nota, o Centro de Educação
Integrado(CEI), colégio onde a criança estuda, informou que não compactua com
expressões de racismo ou preconceito.
“Lamentavelmente, a escolha do
traje para a participação do Halloween, feita pela família do aluno, tocou numa
ferida histórica do nosso país. Amargamos as sequelas desse triste período até
os dias de hoje. Não incentivamos nem compactuamos com qualquer tipo de
expressão de racismo ou preconceito, tendo os princípios da inclusão e
convivência com a diversidade como norte da nossa prática pedagógica”, diz a
nota.
Fontes e trechos :
Estadão / Revista Fórum /OP9
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