Por Danutta Rodrigues, G1 BA
A importância do lugar de fala
e o protagonismo para contar e reconhecer a própria história. Esse foi o tom da
última mesa desta sexta-feira (12) na Festa Literária Internacional de
Cachoeira (Flica), no recôncavo baiano.
Com o tema “Sobre os corpos que
brilham e tudo queimam”, a poeta cuiabana Ryane Leão, e a colombiana radicada
na argentina, Margarita García Robayo, falaram sobre feminismos, mulheres
negras, momento político brasileiro e os enfrentamentos através da literatura.
A mediação da jornalista Vânia
Dias provocou as duas escritoras a compartilhar experiências pessoais e
literárias que inspiram e influenciam. “Me reconhecer como mulher negra foi
essencial no meu trabalho”, disse Ryane. “O lugar mais belo de escrever é
escrever a partir do seu lugar de fala, como mulher, como mulher
latino-americana”, afirmou Margarita.
“Se a gente guarda nosso
silêncio, ele começa a socar a nossa boca. Não basta escrever a dor pela dor,
ela não me interessa. Eu preciso escrever uma coisa que doa, mas que cure
também”’
“Eu considero a minha leitura
como escrita de transformação. Uma mulher negra que fala não é imbatível. Eu
vivo caindo. Uma mulher negra que fala é uma mulher invencível”
“A revolução me interessa por
dentro. Porque primeiro eu preciso me entender para depois colocar essa
revolução para fora. Eu me entendi como um ser político. Toda mulher negra é
política”
“Esse debate político pauta a
minha sobrevivência, a minha existência. Eu preciso falar disso dentro da minha
literatura”
“Somos pessoas oprimidas e não
minorias. Mulheres não são minorias,
negros não são minorias”
“A poesia dá medo. Eu acredito
na poesia como instrumento de transformação. E o afeto é uma ferramenta de
construção e de reconstrução valiosa”
Fonte: G1 (Trechos)
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