sábado, 13 de outubro de 2018

Encontro fala sobre"Feminismos, mulher negra e enfrentamentos através da literatura"


Por Danutta Rodrigues, G1 BA

A importância do lugar de fala e o protagonismo para contar e reconhecer a própria história. Esse foi o tom da última mesa desta sexta-feira (12) na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), no recôncavo baiano.

Com o tema “Sobre os corpos que brilham e tudo queimam”, a poeta cuiabana Ryane Leão, e a colombiana radicada na argentina, Margarita García Robayo, falaram sobre feminismos, mulheres negras, momento político brasileiro e os enfrentamentos através da literatura.

A mediação da jornalista Vânia Dias provocou as duas escritoras a compartilhar experiências pessoais e literárias que inspiram e influenciam. “Me reconhecer como mulher negra foi essencial no meu trabalho”, disse Ryane. “O lugar mais belo de escrever é escrever a partir do seu lugar de fala, como mulher, como mulher latino-americana”, afirmou Margarita.

Com a palavra, Ryane Leão:
Ryane Leão  na Flica — Foto: Ricardo Prado



“Se a gente guarda nosso silêncio, ele começa a socar a nossa boca. Não basta escrever a dor pela dor, ela não me interessa. Eu preciso escrever uma coisa que doa, mas que cure também”’

“Eu considero a minha leitura como escrita de transformação. Uma mulher negra que fala não é imbatível. Eu vivo caindo. Uma mulher negra que fala é uma mulher invencível”

“A revolução me interessa por dentro. Porque primeiro eu preciso me entender para depois colocar essa revolução para fora. Eu me entendi como um ser político. Toda mulher negra é política”

“Esse debate político pauta a minha sobrevivência, a minha existência. Eu preciso falar disso dentro da minha literatura”

“Somos pessoas oprimidas e não minorias. Mulheres não são minorias,
 negros não são minorias”

“A poesia dá medo. Eu acredito na poesia como instrumento de transformação. E o afeto é uma ferramenta de construção e de reconstrução valiosa”

Fonte:  G1 (Trechos) 

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