por Mônica Aguiar
Apesar do contínuo crescimento de startups , as
mulheres tem
enfrentado diversas barreiras
para estar no comando deste setor,
representando pouco mais de 10% no Brasil.
Pesquisa da
Associação Brasileira de Startups (ABStarups) , mostra que quatro entre dez empresas
inovadoras no país não têm uma mulher sequer trabalhando. Aponta que 74% das equipes de startups são formadas por homens e quase 90% das empresas de inovação e base tecnológica são comandadas por eles.
As empreendedoras que
conseguiram furar esse bloqueio enfrentaram vários preconceitos.
De acordo com a ONU
Mulheres, apenas 18% dos graduados em Ciências da Computação no mundo são
mulheres.
Uma pesquisa, feita
nos Estados Unidos, mostrou que empresas lideradas por mulheres têm um
desempenho 21% maior que a média no país. E nas com pouca diversidade, o
desempenho é 30% menor do que a média.
A chefia dada por
mulheres têm gerado impulso expressivo em vários segmentos da economia, startups lideradas
por mulheres são competitivas e trazem resultados melhores em longo
prazo. De startups com 5 ou mais mulheres em cargos de
liderança, 61% delas foram bem-sucedidas.
Existem iniciativas
para reduzir a diferença de gênero, mas são tímidas perto da representatividade
do mercado e mesmo com o índice de
representatividade baixa, as mulheres não se sentem
intimidadas em disputar liderança neste setor.
As mulheres enfrentam muitos desafios para fundarem
startups. Dupla jornada de trabalho, a desigualdade entre homens e
mulheres, acesso limitado a financiamento ou investimento
desigual,sexismo, diferença salarial dentre
outros.(Camila Nogueira p/ empreendendojuntos)
Buscando mudar estes
dados, nos últimos dias 12 e 13 de julho aconteceu o primeiro evento nacional
de startups. O Empreendedorismo
feminino foi um dos temas debatidos no Startup Summit em Florianópolis .
Falta de reconhecimento da
experiência profissional que a mulher tem neste setor, as dificuldades na trajetória
profissional por ser mulher, assedio moral são pontos relatados pelas empreendedoras
no encontro.
“Eu lido com o meio masculino
há muito tempo, então sendo engenheira civil eu já fiz uma escolha lá atrás que
me fez trabalhar com pessoas, estudar e conviver com um mercado muito machista.
Já passei por preconceitos, já recebi assédio, já perdi contratos. Hoje,
enquanto se dedica a firmar o novo negócio, Paula afirma que se sente mais
preparada e não tem enfrentado mais tantas situações de discriminação. Depois
de ter já ter atuado no mercado como engenheira e consultora de empresas, ela
sentiu confiança para iniciar o desafio da startup ao lado de dois sócios da
área tecnológica e comercial. Relata engenheira
civil Paula Lunardelli, 31 anos, também
teve que aprender a se impor em um ambiente ocupado majoritariamente por
homens. (Matéria da EBC por Debora Brito).
As empresárias declaram que as
mulheres têm habilidades que podem agregar mais valor aos negócios, como
criatividade, sensibilidade, visão sistêmica e capacidade de lidar com vários
problemas ao mesmo tempo. Mas, elas ressaltam que as habilidades femininas e
masculinas devem se complementar no ambiente de inovação e que as mulheres
podem aprender a trabalhar com dinheiro e gerir finanças.
As mulheres tem buscado apoio
em diversos grupos nos pais, um deles o grupo Acate Mulheres é coordenado por Tatina Takimoto gerente de
programas estratégicos, foi lançado no início deste ano para valorizar a figura
feminina nas empresas de tecnologia. O grupo trabalha o fortalecimento das
mulheres dentro da cultura organizacional e prepara as funcionárias para
alcançar cargos de liderança.
O ambiente de confiança criado
pelo grupo promove ainda a interação entre as empreendedoras, que trocam
experiências, conhecimentos, ideias e firmam parcerias para novos negócios
entre elas. As participantes são beneficiadas com acesso a informações e
serviços de fundos de investimentos, por exemplo, para facilitar e diminuir os
custos físicos e emocionais da jornada dupla geralmente vivida pelas mulheres.
Durante o Startup
Summit, foram apresentados cases de sucesso liderados por mulheres, que se
tornaram referências no mercado de inovação. É o caso da startup
Foodpass, fundada pela nutricionista Priscila Sabará, que criou uma
plataforma que promove a conexão entre pessoas e empresas de vários locais por
meio do alimento.
A empresa só tem funcionárias.
Segundo Priscila, a decisão por contratar somente mulheres foi tomada para
reforçar o empreendedorismo feminino como um ato político pela busca de oportunidades
iguais.
“As pessoas desacreditam da sua
capacidade de fazer negócio. Acho que isso vem de um abuso de poder. A gente
tem que desconstruir, batalhar por eficiência, profissionalismo e não ser um
objeto sexual. Acho que esse é um lugar importante para a mulher conquistar”,
declarou Priscila.
Nenhum comentário:
Postar um comentário