terça-feira, 17 de julho de 2018

Mulheres buscam liderar negócios de inovação e tecnologia


por Mônica Aguiar

Apesar do contínuo crescimento de startups , as mulheres  tem 
enfrentado diversas barreiras para estar no  comando deste setor,  
representando  pouco mais de 10% no Brasil.

Pesquisa da Associação Brasileira de Startups (ABStarups) , mostra que quatro entre dez empresas inovadoras no país não têm uma mulher sequer trabalhando. Aponta que 74% das equipes de startups são formadas por homens e quase 90% das empresas de inovação e base tecnológica são comandadas por eles. 
As empreendedoras que conseguiram furar esse bloqueio enfrentaram vários preconceitos.

De acordo com a ONU Mulheres, apenas 18% dos graduados em Ciências da Computação no mundo são mulheres.

Uma pesquisa, feita nos Estados Unidos, mostrou que empresas lideradas por mulheres têm um desempenho 21% maior que a média no país. E nas com pouca diversidade, o desempenho é 30% menor do que a média.

A chefia dada por mulheres têm gerado impulso expressivo em vários segmentos da economia,  startups lideradas por mulheres são competitivas e trazem resultados melhores em longo prazo. De startups com 5 ou mais mulheres em cargos de liderança, 61% delas foram bem-sucedidas.
Existem iniciativas para reduzir a diferença de gênero, mas são tímidas perto da representatividade do mercado e mesmo com o índice de representatividade baixa, as mulheres não se sentem intimidadas em disputar liderança neste setor.

As mulheres  enfrentam muitos desafios para fundarem startups. Dupla jornada de trabalho, a desigualdade entre homens e mulheres, acesso limitado a financiamento ou investimento desigual,sexismo, diferença salarial dentre outros.(Camila Nogueira p/ empreendendojuntos)

Buscando mudar estes dados, nos últimos dias 12 e 13 de julho aconteceu o primeiro evento nacional de startups.  O Empreendedorismo feminino foi um dos temas debatidos no Startup Summit em Florianópolis .

Falta de reconhecimento da experiência profissional que a mulher tem neste setor, as dificuldades na trajetória profissional por ser mulher, assedio moral são pontos relatados pelas empreendedoras no encontro.

“Eu lido com o meio masculino há muito tempo, então sendo engenheira civil eu já fiz uma escolha lá atrás que me fez trabalhar com pessoas, estudar e conviver com um mercado muito machista. Já passei por preconceitos, já recebi assédio, já perdi contratos. Hoje, enquanto se dedica a firmar o novo negócio, Paula afirma que se sente mais preparada e não tem enfrentado mais tantas situações de discriminação. Depois de ter já ter atuado no mercado como engenheira e consultora de empresas, ela sentiu confiança para iniciar o desafio da startup ao lado de dois sócios da área tecnológica e comercial.  Relata engenheira civil Paula Lunardelli, 31 anos,  também teve que aprender a se impor em um ambiente ocupado majoritariamente por homens. (Matéria da EBC por Debora Brito).

As empresárias declaram que as mulheres têm habilidades que podem agregar mais valor aos negócios, como criatividade, sensibilidade, visão sistêmica e capacidade de lidar com vários problemas ao mesmo tempo. Mas, elas ressaltam que as habilidades femininas e masculinas devem se complementar no ambiente de inovação e que as mulheres podem aprender a trabalhar com dinheiro e gerir finanças.

As mulheres tem buscado apoio em diversos grupos nos pais, um deles o grupo Acate Mulheres é  coordenado por Tatina Takimoto gerente de programas estratégicos, foi lançado no início deste ano para valorizar a figura feminina nas empresas de tecnologia. O grupo trabalha o fortalecimento das mulheres dentro da cultura organizacional e prepara as funcionárias para alcançar cargos de liderança.

O ambiente de confiança criado pelo grupo promove ainda a interação entre as empreendedoras, que trocam experiências, conhecimentos, ideias e firmam parcerias para novos negócios entre elas. As participantes são beneficiadas com acesso a informações e serviços de fundos de investimentos, por exemplo, para facilitar e diminuir os custos físicos e emocionais da jornada dupla geralmente vivida pelas mulheres.

Durante o Startup Summit, foram apresentados cases de sucesso liderados por mulheres, que se tornaram referências no mercado de inovação. É o caso da startup Foodpass, fundada pela nutricionista Priscila Sabará, que criou uma plataforma que promove a conexão entre pessoas e empresas de vários locais por meio do alimento.

A empresa só tem funcionárias. Segundo Priscila, a decisão por contratar somente mulheres foi tomada para reforçar o empreendedorismo feminino como um ato político pela busca de oportunidades iguais.

“As pessoas desacreditam da sua capacidade de fazer negócio. Acho que isso vem de um abuso de poder. A gente tem que desconstruir, batalhar por eficiência, profissionalismo e não ser um objeto sexual. Acho que esse é um lugar importante para a mulher conquistar”, declarou Priscila.

Fontes e trechos :mediumempreendajunto/EBC

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