Taís Araújo foi a convidada da última edição do Mulher com a Palavra (Foto: Betto Jr./CORREIO) |
por Laura Fernandes
Questionar o uso de termos como “moreninha”, “jambo” e “mulata” para definir as mulheres negras é um dos desdobramentos do evento Mulher com a Palavra, que reflete sobre a negritude no Brasil com foco nas questões de gênero. A partir do tema Negra, Sim!, o evento convida a atriz e diretora carioca Camila Pitanga para o encontro que acontece nesta quinta-feira (23), às 20h, no Teatro Castro Alves, no Campo Grande.
Questionar o uso de termos como “moreninha”, “jambo” e “mulata” para definir as mulheres negras é um dos desdobramentos do evento Mulher com a Palavra, que reflete sobre a negritude no Brasil com foco nas questões de gênero. A partir do tema Negra, Sim!, o evento convida a atriz e diretora carioca Camila Pitanga para o encontro que acontece nesta quinta-feira (23), às 20h, no Teatro Castro Alves, no Campo Grande.
“Vamos
tratar da questão do colorismo, da identidade negra e tirar essa fantasia de
que é ‘jambo’, ‘moreninha’. Termos que distanciam a mulher negra desta unidade.
Negra, sim!”, afirma a jornalista e apresentadora de TV Vania Dias, 38 anos,
que mediará o evento a partir do seu olhar de feminista negra e ativista.
Depois
de convidar Taís Araújo, Zélia Duncan, Márcia Tiburi, Elza Soares e Elisa
Lucinda, o Mulher com a Palavra em seu segundo ano de atividades. Nesta edição,
o evento homenageia Camila Pitanga e destaca a trajetória da artista que
ultrapassa 20 anos de carreira.
A
ideia do último encontro é discutir questões de gênero e raça, a partir da
experiência pessoal da convidada que é Embaixadora Nacional da ONU Mulheres
Brasil. O encerramento reforça o tema do Mulher com a Palavra deste ano,
Inspirar para Transformar, que reuniu mulheres cuja trajetória nas artes
poderiam inspirar outras mulheres.
“Camila
vem para encerrar muito bem o projeto. Ela, que sempre fez questão de se
reconhecer e se afirmar como negra, já foi tratada como não- negra. A partir de
sua trajetória, Camila vai falar sobre raças e gêneros, tendo como mote a
inspiração que ‘uma mina ajuda a outra’”, explica Fernanda Bezerra, 32, que
assina a direção artística do Mulher com a Palavra ao lado de Dayse Porto.
Vânia Dias : Jornalista e apresentadora , será mediadora (foto divulgação) |
Sororidade
A taxa de feminicídio no Brasil será outro tema do evento, parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo do Estado da Bahia. A partir disso, a convidada vai falar sobre a violência contra a mulher e refletir sobre o aumento, principalmente entre as mulheres negras.
A taxa de feminicídio no Brasil será outro tema do evento, parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo do Estado da Bahia. A partir disso, a convidada vai falar sobre a violência contra a mulher e refletir sobre o aumento, principalmente entre as mulheres negras.
“É um
projeto fundamental para nos unir, no momento em que nós, mulheres, estamos
passando por boicotes em várias questões. É importante estarmos juntas para
refletirmos. A figura das artistas é importante porque amplia o muro das falas.
Precisamos aumentar essa rede de sororidade”, destaca Fernanda Bezerra.
Para
Vania Dias, discutir temáticas contemporâneas é essencial para pensar além da
caixinha. “Que a gente continue se empoderando e isso não é uma atitude
solitária. Se empoderar é parte de uma ação que pensa o coletivo. Ocupo os
lugares que ocupo hoje porque outras mulheres batalharam. Nada foi dado
gratuitamente. A gente continua lutando”, afima Vania, que possui mestrado em
cinema e representação, é apresentadora do programa Soterópolis, da TVE.
“Que
as pessoas privilegiadas nos olhem com outro olhar que não seja de piedade, nem
de cota. Que a gente consiga dar as mãos. É preciso ter mais amor. Parece
bobagem, mas o amor é uma arma revolucionária”, finaliza.
Fonte: Correio
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