Foto Viviane Gomes CRIOLA |
Por Mônica Aguiar e Viviane Gomes
( Rede Ciberativistas Negras )
O racismo é um inimigo maior do que se imagina
A Campanha
"Enquanto Viver, Luto!", organizada pelo Criola e Movimento Moleque, foi
lançada na segunda quinzena de novembro deste, e quer mobilizar a sociedade para o fim do racismo.
O lançamento se deu em frente igreja da Candelária no Centro do Rio de Janeiro . Uma
das estratégias definida observada :- o fim do racismo e os efeitos que ele
produz no cotidiano das mulheres negras, bem como o diálogo amplo com a sociedade em torno das desigualdades
sociais e as assimetrias raciais
existentes.
O
lançamento contou com a presença de parlamentares, ativistas, militantes,
pesquisadores e mães e pai afetadas/o pela força violenta e letal do Estado.
Foto Viviane Gomes CRIOLA |
As
vereadoras Marielle Franco do Rio de Janeiro e Talíria Petrone de Niterói,
colocaram seus mandatos à disposição da luta das mulheres negras contra o
racismo. Marielle Franco destacou a importância de o lançamento ter sido feito
num espaço público, cuja ocupação é negada à população negra. Assim, como a
participação das mulheres negras na política. "É a política que decide a
nossa vida. Se a gente está distante, não temos como intervir. A gente tem que
estar lá para dizer que as nossas vidas importam, que a nossa vivência importa.
Para dizer também que a gente quer saber quem está decidindo a nossa
vida", declarou a Vereadora Marielle Franco. Para Talíria Petrone há uma
potência na mulher negra que vem da história. "Se é tempo de dor, também é
tempo de resistência. O mandato está à disposição dessa dor e da luta."
A
médica e pesquisadora da Fiocruz, Verônica Souza de Araújo, falou sobre os
impactos do racismo na área da saúde. "Não é por acaso que a mortalidade
materna ocorra sete vezes mais em mulheres negras do que em mulheres
brancas", argumenta. Vanessa Lima, advogada do Elas Existem, pontuou a
massiva presença dos corpos negros encarcerados nas penitenciárias brasileiras.
Mônica Cunha |
Mônica Cunha, ativista do Movimento Moleque e Lúcia Xavier, coordenadora-geral de Criola responsáveis pela campanha, afirmaram e que ira conscientizar as mulheres de que o racismo é um inimigo maior do que se imagina.
Que a organização da sociedade faz com que as pessoas acredite que as estruturas sejam sempre harmônicas. Como se pobreza, desigualdade, violência, doenças fossem obras da providência divina e que não há formas de alterar essas situações.
Lúcia Xavier |
Há jeito, mas é preciso que a gente diga que não aceita mais. "A sociedade hierarquizada baseada nas formas de produção é uma construção negativa que faz o negro ser menos gente. Eu não aceito." Lucia Xavier defende que a arma dessa luta seja dizer que a gente não aceita mais.
Pausas
longas e lágrimas marcaram a fala - carregada de emoção - das mães e do pai
quando lembraram de seus filhos assassinados. Solidárias, as organizações:
Cieds, através do programa Fazedores do Bem, o CTO, Associação de Familiares de
Presos do RJ, Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, Associação Amar, Frente do
Desencarceramento no Rio de Janeiro, o Movimento Tortura Nunca Mais, Redes da
Maré, ISER, Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência, Fórum Grita
Baixada e a Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Estado Brasileiro
se juntam ao coro dos parentes das vítimas para dizer: Enquanto viver, luto!
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