Com doutorado em estudos africanos e um longo histórico de
militância contra o racismo,
a historiadora Joacine Katar Moreira protagonizou a história politica se elegendo à Assembleia
da Republica em Portugal.
Primeira na lista do partido Livre, pequena legenda de
esquerda que ainda não tinha representação parlamentar, tornou-se na primeira mulher negra a encabeçar
a lista de
um partido a eleições legislativas.
“não há lugar para extrema-direita no parlamento”,
salientando que o seu partido será “a esquerda anti-fascista e anti-racista”
Nascida na Guiné-Bissau,
Joacine mudou-se com a família para Portugal aos oito anos.
Por ser negra e estrangeira, sua presença nos
debates e entrevistas são sempre
companhados de uma enxurrada de comentários
racistas e depreciativos .
Durante o processo eleitoral Joice recebeu críticas pela
condição de ser negra como:- “se
proveitando da condição de negra" para
ganhar votos, mas tem desempenhado seu papel
debatendo tais críticas com
bastante sabedoria assinalado que as mesmas são fruto de racismo.
A presença de uma mulher negra pela primeira vez como cabeça
de lista de um partido ajudou a trazer para a agenda política portuguesa a
questão racial, ainda pouco discutida no país.
Eu não faço parte só de minorias, sou também de muitas
maiorias. Eu faço parte de uma grande maioria de indivíduos que têm salários
baixíssimos. Da maioria de pesquisadores nas universidades que estão em
absoluta precariedade trabalhista, da
maioria de mulheres que não têm acesso
imediato a áreas de visibilidade. Aqui é necessário que nós comecemos a
relativizar o que é uma minoria e uma maioria — Afirma Joacine.
Joacine Katar Moreira é fundadora e presidente
do INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal, que nasceu em
2018. Descreve-o como uma
“entidade anti-racista” e “feminista interseccional” que quer intervir
na sociedade e produzir conhecimento sobre as experiências das mulheres negras.
A criação de quotas étnico-raciais é uma das medidas
do Livre, assim como a recolha de dados étnico-raciais sobre a população
nos censos e a alteração da lei da nacionalidade, de forma que todos
os cidadãos que nasçam em Portugal sejam automaticamente portugueses.
A eleição de Joacine Katar Moreira, à Assembleia da República, foi confirmada às 00:25 de segunda-feira.
A eleição de Joacine Katar Moreira, à Assembleia da República, foi confirmada às 00:25 de segunda-feira.
Além dela,
outras duas mulheres negras foram eleitas para o Parlamento português: Beatriz
Gomes Dias, pelo Bloco de Esquerda, e Romualda Fernandes, pelo Partido
Socialista.
Fontes e trechos:Gauchazh/portugaldigital/Correiodamanha
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