segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Movimentos Sociais protestam contra morte de jovem negro em supermercado


Manifestantes fazem protesto contra a morte do jovem Pedro
Gonzaga na entrada do supermercado Extra,
na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo —
Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo
Jovem morreu na ultima quinta depois que um segurança, teria lhe aplicado um golpe mata-leão, após uma confusão na loja.

A principal palavra de ordem: “Vidas Negras Importam, sim. Chega de racismo. Foi com estas e tantas outras frases de que manifestantes, convocados por movimentos sociais, realizaram protesto, na tarde deste domingo (17) em frente ao supermercado Extra na Barra da Tijuca,  onde jovem foi brutalmente assassinado por um segurança na quinta-feira (15).

 Também houve atos em outras cidades, como São Paulo e Fortaleza (CE).

Centenas de pessoas representando diversos setores  dos  movimentos sociais , parlamentares e famosos  estiveram presentes no protesto, realizado no estacionamento do supermercado. 
Cartazes com dizeres como “Vidas negras importam” e “Minha cor não é um crime” foram colados na grade de proteção do local.

Ator Aílton Graça
O ator Aílton Graça também esteve no protesto na Barra da Tijuca. Ele falou sobre a importância de protestar e pediu um "basta" ao genocídio e extermínio da população negra e de ações racistas. Falou da importância do ato que aconteceu em vários estados.
O ato também contou com a presença da ex-governadora Benedita da Silva (PT) .



Manifestação em outros estados
O protesto também aconteceu em outros estados dos país como São Paulo e Pernambuco. O protesto no Extra Benfica, na Zona Oeste do Recife, teve início por volta das 14h do sábado (16), com cerca de 20 participantes.

Os organizadores percorreram algumas áreas do estabelecimento e fizeram performances gritando frases como “a carne mais barata do mercado é a carne negra”. Alguns dos clientes que estavam no estabelecimento acompanharam a ação.

Na capital paulista, manifestantes fizeram uma manifestação no Extra da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na altura da Alameda Ribeirão Preto, região central de São Paulo. O ato começou por volta das 14h30 deste domingo (17).

O grupo levou faixas com as frases “não consigo respirar” e “vidas negras importam”. 
Em Fortaleza, um grupo realizou um protesto em frente ao hipermercado Extra do Bairro de Fátima. Durante o ato, os manifestantes entraram no estabelecimento com cartazes e gritaram palavras contra a morte de Pedro Henrique.

 (Agência Brasil/ Fernando Frazão)
Os participantes também se reuniram no estacionamento do Extra e discursaram contra o ocorrido. A manifestação foi organizada por movimentos nas redes sociais.

O corpo de Pedro Henrique Gonzaga, de 25 anos, foi enterrado neste sábado (16) no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste do Rio. Muito abalada, a mãe dele não foi ao enterro e familiares que estiveram na cerimônia preferiram não conversar com a imprensa. Parentes e pessoas próximas contaram que a vítima tinha um filho pequeno, de apenas oito meses.

Na noite de quinta-feira, imagens da ação do segurança, filmadas por câmeras de celulares, viralizaram nas redes sociais. Nos registros, é possível ver que testemunhas o alertaram para os riscos para Gonzaga, que parecia estar desmaiado sob o corpo do no chão da loja. O segurança, porém, repudiou as intervenções e mandou até que as pessoas em volta calassem a boca.
Gonzaga, que segundo amigos sonhava em ser DJ e tinha um filho, estava com a mãe no supermercado.

Em nota, a rede de supermercados Extra informou "que não aceita qualquer ato de violência, excessos e repudia toda forma de racismo".
Também no texto diz que "não vai se eximir das responsabilidades diante ocorrido" e que tem "interesse em esclarecer a situação o mais rápido possível". "Estamos colaborando com as autoridades fornecendo todas as informações disponíveis", informa a nota.
O Extra também afirmou que "os seguranças envolvidos na morte do jovem foram imediatamente e definitivamente afastados" e "a companhia instaurou uma sindicância interna e acompanha junto à empresa de segurança e aos órgãos competentes o andamento das investigações".

O segurança foi preso em flagrante, mas deixou a Delegacia de Homicídios da capital na madrugada da sexta (15) após pagar fiança de R$ 10 mil, segundo a polícia.

Edição e trechos: Mônica Aguiar
Fontes e trechos texto: Ag. Estado/G1/

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