Potentes vozes femininas
tomaram conta do palco na entrega dos prêmios Grammy neste domingo (10): Lady
Gaga, Dua Lipa, Kacey Musgraves, Brandi Carlile e Cardi B foram premiadas por
sua música, de diferentes gêneros, mas com uma missão em comum: abrir o caminho
para que outras mulheres continuem brilhando na indústria.
Mas também foi uma festa que
celebrou o rap, um gênero até então significativamente marginalizado.
"This is America",
canção de Childish Gambino, repleta de críticas à violência armada e ao racismo
nos Estados Unidos venceu como melhor canção e gravação do ano, a primeira vez
que uma música deste gênero ganha nessas categorias.
O álbum do ano foi para a
cantora country Kacey Musgraves por "Golden Hour".
Das quatro categorias
principais, duas foram para Gambino, alter ego do ator Danny Glover, que não
compareceu à cerimônia, e as outras duas para mulheres.
"As mulheres têm uma
perspectiva única para a arte, a música, e é excelente ver que tivemos a
oportunidade de sermos incluídas", disse Musgraves a jornalistas após a
cerimônia. "É preciso que as mulheres tenham coragem de fazer uma arte que
talvez não agrade a todos, mas que também leve outras pessoas a explorar e nos
dar uma oportunidade".
Gambino encerrou a noite com
quatro prêmios, assim como Musgraves. Lady Gaga e Brandi Carlile ficaram com
três cada uma.
Mas para além dos prêmios, o
desfile de vozes de mulheres foi para todas uma reivindicação.
"Deixemos que a vagina
faça um monólogo", lançou Janelle Monaé em sua impressionante
apresentação, tão boa quanto à de H.E.R. e Gaga, ou da anfitriã Alicia Keys,
vencedora de 15 Grammys e a primeira mulher a apresentar este evento em 14 anos...
E que obviamente não se limitou a apresentar os prêmios.
Tocando de uma só vez dois
pianos, apresentou um medley de "Canções que eu gostaria de ter
escrito" no qual apareceram temas como "Unforgettable", de Nat
King Cole, e "Killing Me Softly", de The Fugees.
Também foi emocionante a
homenagem que Katy Perry, Musgraves, Miley Cyrus e Marren Morris fizeram a
Dolly Parton, e que Andra Day, Fantasia e Yolanda Adams fizeram à lenda
falecida Aretha Franklin.
Jennifer López cantou para
Motown, apesar de ter recebido críticas anteriormente por não ser uma artista
negra, e Diana Ross celebrou seus 75 anos cantando com os olhos marejados, mas
a voz intacta.
"Me deram os melhores anos
da minha vida", cantou emocionada em uma apresentação que terminou com um
efusivo: "Feliz aniversário para mim!".
Outra mulher a ser muito
aplaudida foi a ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama, que falou
no começo da cerimônia, imediatamente depois da apresentação de
"Havana", com a qual Camila Cabello abriu o show com Ricky Martin, J
Balvin e o trompetista de Arturo Sandoval.
"A música me ajudou a
contar a minha história", disse a ex-primeira-dama. "A música nos
mostra que tudo importa".
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