(Foto: Julia Kan / Divulgação) |
O documentário “Mulheres da Pá Virada” – idealizado pelo grupo Maria Felipas – retratará a história de 12 mulheres baianas que tiveram um papel importante na história da capoeira, afirma o jornal Correio. Com isso, o grupo pretende quebrar lógicas de opressão e silenciamento que são típicas na história.
O projeto – que conta com um apoio da Fundação Gregório de Mattos e da Prefeitura de Salvador – é o primeiro que tem mulheres na capoeira como foco da obra e precisa complementar o orçamento para ser realizado. “Embora existam alguns materiais que abordem o tema como o livro, ‘A Mulher Entrou na Roda’, de Mestra Bel (Izabel Cordeiro); curtas no YouTube e trabalhos acadêmicos, documentários sobre este tema ainda não são uma realidade”, avalia a pesquisadora e contramestra Lilu. Isso porque as mulheres sempre sofreram preconceito.
A especialista lembra que além do preconceito externo, há o interno. Além da pressão social, a mulher precisa lidar com a falta de oportunidade e invisibilidade nas rodas de capoeira. Um indicativo de invisibilidade que motiva o trabalho do Grupo de estudos é o número de mestras de capoeira que é muito inferior ao de mestres, segundo a contramestra Lilu.
“Por isso trabalhamos com os conceitos de invisibilidade e protagonismo no documentário”, afirma.
(Foto: Julia Kan / Divulgação) |
“A mulher sempre fez parte da roda, há muito tempo atrás como mulheres que eram consideradas vadias. Desde os formatos mais antigos em que não era organizados ritualmente como nos dias de hoje, mulheres como Maria Chicão e Maria Felipa sempre estiveram presentes. Elas ‘botaram pra lenhar’ em termos de enfrentamento ao sistema de forma camuflada e inteligente como a capoeira sempre fez. Como uma oportunidade do oprimido, inteligentemente, driblar esse sistema”, reflete.
A pesquisadora ainda avalia que apesar da mulher estar cada vez mais presente nas rodas, e as rodas femininas e feministas de capoeira crescerem a cada dia o preconceito ainda existe. “Até hoje eu vejo a escola colocar o balé para meninas, o futebol para meninos e a capoeira fica ali para as meninas ‘mais danadinhas’. Isso é, para mim, um jeito de nossa sociedade ainda manter esse preconceito”, aponta.
O coletivo abriu uma campanha online e pede doações para complementar o projeto. Para doar, basta ir ao Catarse.
site.
Fontes: Correio24oras/conexaolusofona
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