segunda-feira, 11 de junho de 2018

Mulheres Negras debatem violência com Comissão da ALMJ

Imagem da Marcha em 2015 

Encontro foi marcado com propostas de desenvolver políticas públicas para mulheres negras

"A abolição não concluída e suas consequências para as mulheres negras". Esse é o tema da audiência pública promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) , na sala 316 do Palácio Tiradentes , nesta sexta-feira (8/06).

Entre as presentes houve unanimidade quanto à urgência de formulação de políticas públicas voltadas para mulheres negras e á manutenção de equipamentos públicos já existentes, além do  fortalecimento do Fórum de Diálogo das Mulheres da Alerj e a reativação do Prêmio Mulher Negra Latino-americana e Caribenha entregue pela Casa.

A  deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos da Mulher informou que solicitará uma reunião com o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos para discutir o fechamento da Casa da Mulher de Manguinhos e um outro centro na Baixada Fluminense.

“Temos que discutir os problemas que, por séculos, as acompanham, como a violência e o racismo praticado institucionalmente, nas universidades, no sistema de saúde, nos hospitais psiquiátricos e nos presídios”, afirma a parlamentar.

 “Essa parcela da população está abaixo de todas as pirâmides sociais. Não há como comemorar 130 anos da abolição se ainda não temos os mesmos direitos. Somos iguais apenas no papel, na prática, somos discriminadas. O Estado Brasileiro continua a nos matar. Quando falamos de violência e pobreza no país, essas questões têm um rosto: o da mulher negra”, apontou Cláudia Vitalino, presidente da União de Negros e Negras pela Igualdade.

O Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro (FEMN/RJ) foi criado no final dos anos 80 do século passado como decorrência do processo de mobilização na realização do I Encontro Nacional de Mulheres Negras que aconteceu em Valença (RJ), em dezembro de 1988. O FEMN/RJ nasceu tendo como objetivo constituir-se em um espaço democrático de discussão e articulação política com o intuito de contribuir para o fortalecimento institucional das mulheres negras organizadas em diversos segmentos da sociedade civil. Desde então, o FEMN/RJ tem tido o compromisso de dar visibilidade às conquistas coletivas das mulheres negras e, também, às intervenções de enfrentamento às situações de discriminação racial e racismo que fazem parte, delituosamente, do cotidiano das mulheres negras pelo país.

Fonte: Saogonçalo/ALERJ

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