A exposição traz ao público a luta de uma mulher negra. O primeiro livro de Carolina, que reúne relatos do seu diário pessoal, foi traduzido para 13 idiomas. Além dessa obra, ela escreveu mais quatro livros e compôs peças de teatros e marchas carnavalescas.
Os visitantes vão encontrar na exposição duas peças do artista plástico Tiago Gualberto, em formato de livros gigantes que marcam dois períodos distintos da vida de Carolina: o lançamento do primeiro livro com os relatos da vida na favela e o segundo livro com as impressões da vida em uma casa de tijolos, o Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada. “O que me chama atenção é como ela continua sendo uma representante fiel dessa imigração, que hoje já não é tão forte, como foi na década de 50, que culminou na criação das favelas ou nessas condições periféricas que a gente continua vendo”, disseRoberto Okinaka, curador da exposição .
Ester Dias, coordenadora do projeto Carolina em Nós, pelo Ilu Obá de Min, explica que, além de uma homenagem à escritora, a exposição marca os dez anos do grupo. “A Carolina é um ícone, um símbolo de resistência. Não nos surpreende ela ter sido escritora, musicista, poetisa e filósofa, com o pouco que ela tinha. Na mulher negra, isso é muito constante. Você precisa se reinventar do nada e tirar grandes tesouros. Isso não deveria surpreender”, acrescenta.
O Ilu é um bloco composto exclusivamente por mulheres negras e surgiu a partir da discussão sobre a participação feminina no ato de tocar o tambor. No Candomblé, por exemplo, as mulheres não têm permissão para tocar. A inspiração do grupo veio, portanto, de outras tradições africanas, como os rituais nigerianos. A monitoria da exposição é feita por integrantes do bloco. “Elas tiveram uma imersão no museu e estão apaixonadas, porque aprenderam muitas coisas sobre um universo atualizado do mundo negro”, destacou Ester.
Fonte: EBC
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