quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Comissão Geral da Camara Debateu a Realidade das Mulheres Negras

Representantes de movimentos de mulheres negras e parlamentares defenderam nesta terça-feira (17) maior presença das mulheres negras na política e criticaram o que chamaram de pauta conservadora da Câmara dos Deputados. Os debatedores participaram de Comissão Geral que discutiu a realidade das mulheres negras no País.
O plenário da Câmara dos Deputados foi transformado em Comissão Geral para debater a realidade das mulheres negras brasileiras. O pedido para realização da comissão geral foi feito pela deputada Dâmina Pereira (PMN-MG). A deputada lembrou que, com a proximidade do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), é importante debater a lacuna deixada pela falta de políticas afirmativas para a população negra. A deputada divulgou dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), segundo os quais as mulheres negras brasileiras recebem em média 47,8% do valor recebido por homens brancos, além de ser o grupo com maior taxa de desemprego.
16 dias de ativismo 

O evento faz parte dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. "Nós estamos com uma programação bastante extensa buscando conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra o sexo feminino. Nós pedimos a comissão geral para debater essa realidade das mulheres negras porque a gente sabe que há uma discriminação ainda maior."

Já para a deputada Tia Eron (PRB-BA), ainda há muito a ser feito no Brasil contra o preconceito racial. A deputada lembrou que casos recentes de preconceito como os contra a atriz Taís Araújo e contra a jornalista Maria Júlia são rotina para os negros no Brasil.
A representante da União Nacional de Negros e Negras, Olívia Santana, afirmou que os números do Mapa da Violência mostram que o racismo é evidente na sociedade brasileira. Segundo ela, a violência contra mulheres brancas caiu 10% e a cometida contra as mulheres negras aumentou 53% em relação a dados anteriores. Defendeu que as mulheres negras exerçam sua liberdade religiosa, em terreiros de Candomblé, sem serem vítimas de atos de intolerância: “Nós temos direito, capacidade de exercer poder e participar de um projeto democrático de governo, das instâncias de decisão política”.
A representante da Articulação de Organizações de Mulheres Negras, Jurema Pinto Werneck, afirmou que um dos objetivos da marcha das mulheres negras é combater o conservadorismo do Congresso. Segundo ela, o País só vai para frente se conseguir eliminar o racismo e a violência. “O Congresso Nacional tem agido contra nós quando fomenta o ódio e a intolerância religiosa. O Congresso tem atentado contra nossos corpos, nossos direitos e nossa autonomia”, criticou.
Sessão solene
Dia (19) quinta feira, será realizada sessão solene do Congresso Nacional. Para o feito foram onvidadas para a homenagem ao Dia da Consciência Negra, a ministra da Cidadania, Nilma Lino; o procurador do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, Wilson Prudente; o representante do UNFPA Brasil, Jaime Nadal; a consul francesa Alexandra Baldeh Loras, que é negra e tem sofrido preconceito no Brasil.

Também estão na lista de convidados os atores Lázaro Ramos e Tais Araujo, além da jornalista Maria Julia Coutinho, a Majú.

Fotos: EBC  - Fontes: EBC/JB/Camara

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