“Mais pessoas negras estão ascendendo à classe média e
assumindo posições importantes no mercado de trabalho e no universo do
consumo e do empreendedorismo”, afirma presidente do Sebrae .
De acordo com uma pesquisa
realizada pelo Sebrae, entre os anos de 2002 e 2012, o número de pessoas
negras à frente de empresas no Brasil cresceu 27% e hoje, pela primeira
vez, elas são maioria entre os empreendedores do país. Nesse mesmo
período, a quantidade de pessoas brancas que possuem uma empresa teve
uma redução de 2%.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira
(6/04), teve como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) e revelou que, atualmente, 50% dos donos de negócio são negros,
49% são brancos e 1% pertence a outros grupos populacionais.
Para o
presidente do Sebrae, Luiz Barretto, a mudança mostra que as políticas
sociais voltadas para essa parcela da população e a criação da figura
jurídica do Microempreendedor Individual (MEI) estão contribuindo para a
diminuição das desigualdades. “Mais pessoas negras estão ascendendo à
classe média e assumindo posições importantes no mercado de trabalho e
no universo do consumo e do empreendedorismo”, ressalta.
O estudo
do Sebrae aponta ainda que os negros também tiveram um aumento em seu
rendimento médio mensal e no nível de escolaridade superior ao dos
brancos. Em dez anos, o tempo médio de estudo entre as pessoas negras
cresceu 38%, passando de 4,7 para 6,5 anos. Já entre os brancos, esse
crescimento foi de 21%, passando de 7,3 para 8,8 anos de estudo.
“Quando
analisamos o incremento da remuneração no mesmo período, notamos que o
rendimento médio real cresceu 45% entre os empreendedores negros,
passando de R$ 786 para R$ 1.138 mensais, enquanto entre os brancos a
expansão foi de 33%, variando de R$ 1.843 para R$ 2.460 por mês”,
explica o presidente.
Desigualdades persistem
Mesmo
integrando a maioria, os empreendedores negros ainda estão concentrados
em pequenos negócios e em ramos de menor lucratividade, como pesca,
construção, cabeleireiros e atividades agrícolas. Entre os brancos, a
maior proporção atua em setores mais especializados, como advocacia,
medicina e engenharia. Além disso, a renda média dos brancos continua
116% maior (em 2002, era de 134%).
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