147 pessoas, possivelmente todas elas estudantes, morreram em um atentado executado pelo grupo radical islâmico Al Shabaab na
universidade de Garissa, no nordeste do Quênia.
Segundo o balanço anterior, divulgado pelo ministro do Interior do Quênia, Joseph Nkaiserry, há ainda 79 feridos.
No amanhecer da quinta-feira, combatentes do Al Shabaab, armados com metralhadoras, invadiram o campus universitário na cidade de Garissa, a 150 quilômetros da fronteira com a Somália, atirando contra estudantes cristãos.
O ataque aconteceu quando muitos estudantes ainda estavam nos dormitórios. Esse é o pior ataque no país desde o atentado contra a embaixada dos Estados Unidos, em 1998, quando 213 pessoas morreram.
“Um homem ordenou que deitássemos no chão e foi o que fizemos. Ele perguntou se éramos muçulmanos e eu respondi ‘sim. Por favor, não nos mate. Somos muçulmanos’”, relatou Nasir Abdurahman, estudante do segundo ano. “Ele perguntou se podíamos recitar a Shahada (a declaração de fé do islamismo) e eu recitei em voz alta. Meus amigos também recitaram em volume alto. Ele disse, ‘vocês podem ir agora’ e indicou o portão da frente para sairmos.” Assim que Abdurahman saiu, ele ouviu disparos de armas e gritos.
O ministro disse que aproximadamente 500 dos 815 estudantes do Garissa
University College foram resgatados. Alguns conseguiram escapar sem
ajuda. O chefe da polícia queniana, Joseph Boinet, disse que o
Quênia introduziu um toque de recolher, das 18h30 às 6h30, em quatro
regiões próximas da fronteira com a Somália, como medida de segurança.
Ele afirmou ainda que os extremistas dispararam indiscriminadamente
dentro do complexo universitário. O governo queniano também
ofereceu uma recompensa de cerca de 215 mil dólares pelo principal
suspeito de ter organizado e planejado o ataque. Autoridades de
segurança divulgaram uma fotografia de Mohammed Dulyadayn, também
conhecido como Mohammed Kuno Gamadheere ou xeique Mohammed, um
ex-professor que lecionava sobre o Alcorão e que teria se unido ao
extremistas somalianos e chegado a postos de comando. O Al
Shabaab assumiu a responsabilidade pelo ataque, realizado nas primeiras
horas da manhã, numa região localizada a 140 quilômetros da fronteira
com a Somália. O grupo tem ligações com a rede terrorista Al Qaeda e já
realizou uma série de ataques em solo queniano, em retaliação ao envio
de tropas quenianas para combater o grupo na Somália. Sheikh
Abdiasis Abu Musab, porta-voz de operações militares do Al Shabaab,
disse que o grupo manteve muitos cristãos como reféns. “Separamos as
pessoas, libertando os muçulmanos”, declarou à agência de notícias
Reuters.
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