Convidada pela Anistia Internacional e pela ONG Autres
Brésils, a ativista Célia Xakriabá está em Paris participando de vários eventos
e divulgando a causa indígena brasileira.
Representante da “Articulação dos Povos Indígenas do Brasil”,
que abrange as cinco regiões do país, Célia fala sobre as consequências do
pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro contra as comunidades indígenas no
discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, no começo da semana. “Foi um
ataque violento e isso só reforça a importância de trazer a nossa luta para
além das fronteiras”, diz.
Campanha de boicote
Célia conta que teve encontros com parlamentares e senadores,
a fim de preparar uma campanha de boicote a produtos vindos de área de
territórios indígenas em conflito. “Vamos começar a campanha pela Itália,
durante o Sínodo da Amazônia, dia 17 de outubro, e vamos percorrer dez países”.
“Minha estadia aqui é também para preparar os encontros,
reivindicar uma reunião com o presidente Emmanuel Macron, para continuar o diálogo que ele começou
com o cacique Raoni. Precisamos reforçar essa agenda e também
responsabilizar o atual presidente por crimes de genocídio e ecocídio, com as
queimadas na Amazônia, que precisam ser reconhecidos como crimes contra a
humanidade”, diz.
"Somos o termômetro do mundo"
Célia também fala sobre a importância da demarcação dos
territórios indígenas. “Somos o termômetro do mundo – se pararmos de respirar,
a humanidade também para de respirar”, alerta. Ela denuncia o que chama de
“política de extermínio capitalista” de Bolsonaro. “Isso não é um projeto para
um país, mas de execução de vidas, um genocídio legislado”, declara.
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