segunda-feira, 22 de julho de 2019

Chega a 12 ª Edição do Festival Latinidades , com Reintegração de Posse


 Por Mônica Aguiar 

Será nesta  terça-feira (23), a abertura do 12ª edição do Festival latinidades, o evento acontecerá no Centro Cultural São Paulo.

O Festival criado em 2008,  se consolidou como o maior festival de mulheres negras da América Latina  e ao mesmo tempo denuncia o racismo e machismo e as condições a que são submetidas no continente africano e na diáspora.

A programação – entre show, feiras e debates – tem como objetivo fortalecer a identidade, a formação política e técnica, o empreendedorismo e estimulando a produção artística, cultural e intelectual de mulheres negras. O festival ocorre até o dia 27, semana que  marca o dia luta das mulheres negras Latino Americana e Caribenha.

Na reportagem do  EBC  a  coordenadora-geral do evento, Jaqueline Fernandes, destaca que, após mais de uma década de festival, ele se firma como “uma plataforma para produção de conhecimento científico, artístico, intelectual e de saberes diversos de mulheres negras”. Ela relembra que, quando o festival surgiu, a data de 25 de julho não tinha visibilidade no país e havia uma produção artística de mulheres negras sem meios de circulação. “A gente queria criar esse espaço.”

A edição deste ano traz o tema Reintegração de Posse. “Esse tema nasce em conversas com Erica Malunguinho, que é essa grande artista e intelectual negra, que hoje é deputada [em São Paulo]. A reflexão que trazemos é que nós mulheres negras somos produtoras de conhecimento, de riqueza. Ao mesmo tempo, nós somos as mais impactadas pelo racismo e o usufruto dessa riqueza é negado”, destacou Jaqueline. O tema reflete sobre a contribuição da população negra nas ciências, na tecnologia, nas artes, na política e em diferentes campos do conhecimento.

Neste ano 2019, o festival pretende reunir representantes de Moçambique, Guiné Bissau, Angola, Camarões, da Jamaica, República Dominicana, Argentina, dos Estados Unidos, além do Brasil.

O evento será aberto pelo bloco Ilú Obá De Min, formado apenas por mulheres. Elas fazem uma intervenção cultural baseada na preservação do patrimônio imaterial. “O bloco baseia seu repertório em cantos e danças das culturas populares, além de composições próprias, realizando uma ópera de rua comandada pela força dos tambores”, diz o texto de apresentação do grupo.

Na programação observamos uma grande concentração das atividades exatamente no período  que estabelece  o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha desde de 1992, quando foi realizado o I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana. No Brasil, no dia 02 de junho de 2014, foi sancionada a Lei que institui o Dia da Mulher Negra, em homenagem à grande líder quilombola Tereza Bengela –  fruto de intensa mobilização, na qual o projeto Latinidades teve grande participação.

Nas  mesas de debates estão previstas  intelectuais, pesquisadoras, ativistas, escritoras e produtoras culturais. Os temas traz reflexões sobre literatura, moda, economia, colonialidade, ativismo negro, Ancestralidades como pertencimento, resistência dentre outras.

O encerramento acontecerá no dia 27, na Casa Natura Musical com desfiles e shows de A.M Strings (EUA) e participação Laylah Arruda (Feminine Hifi), ZAV (Moçambique) e, do Brasil, Bia Ferreira e Doralyce, com o lançamento do show Preta Leveza. 

Em doze anos o projeto Latinidades negras atingiu mais de 300.000 pessoas como público direto, realizou mais de 200 formativas, mais de 200 apresentações artísticas, quatro publicações, oito milhões de valoração de mídia (sendo a maior parte mídia espontânea).



Todas as atividades precisam de pré-inscrição pelo site

Apenas o encerramento é pago e o ingresso pode ser adquirido no
 site da casa de shows

Fontes: EBC/Mundo Negro/Portal Africas/Agência de notícias das Favelas/Celulapop

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