Será nesta terça-feira (23), a abertura do 12ª edição do
Festival latinidades, o evento acontecerá no Centro Cultural São Paulo.
O Festival criado em 2008, se consolidou como o maior festival de
mulheres negras da América Latina e ao mesmo tempo denuncia o racismo e machismo e as
condições a que são submetidas no continente africano e na diáspora.
A programação – entre show,
feiras e debates – tem como objetivo fortalecer a identidade, a formação
política e técnica, o empreendedorismo e estimulando a produção
artística, cultural e intelectual de mulheres negras. O festival ocorre
até o dia 27, semana que marca o dia
luta das mulheres negras Latino Americana e Caribenha.
Na reportagem do EBC a coordenadora-geral do evento, Jaqueline
Fernandes, destaca que, após mais de uma década de festival, ele se firma como
“uma plataforma para produção de conhecimento científico, artístico,
intelectual e de saberes diversos de mulheres negras”. Ela relembra que, quando
o festival surgiu, a data de 25 de julho não tinha visibilidade no país e havia
uma produção artística de mulheres negras sem meios de circulação. “A gente
queria criar esse espaço.”
A edição deste ano traz o
tema Reintegração de Posse. “Esse tema nasce em conversas com Erica
Malunguinho, que é essa grande artista e intelectual negra, que hoje é
deputada [em São Paulo]. A reflexão que trazemos é que nós mulheres
negras somos produtoras de conhecimento, de riqueza. Ao mesmo tempo, nós
somos as mais impactadas pelo racismo e o usufruto dessa riqueza é negado”,
destacou
Jaqueline. O tema reflete sobre a contribuição da
população negra nas ciências, na tecnologia, nas artes, na política e em
diferentes campos do conhecimento.
Neste ano 2019, o festival pretende
reunir representantes de Moçambique, Guiné Bissau, Angola, Camarões, da
Jamaica, República Dominicana, Argentina, dos Estados Unidos, além do Brasil.
O evento será aberto pelo bloco
Ilú Obá De Min, formado apenas por mulheres. Elas fazem uma intervenção
cultural baseada na preservação do patrimônio imaterial. “O bloco baseia seu
repertório em cantos e danças das culturas populares, além de composições
próprias, realizando uma ópera de rua comandada pela força dos tambores”, diz
o texto de apresentação do grupo.
Na programação observamos uma grande concentração
das atividades exatamente no período que estabelece
o Dia da Mulher Negra Latino Americana e
Caribenha desde de 1992, quando foi realizado o I Encontro de Mulheres Negras
da América Latina e Caribe, na República Dominicana. No Brasil, no dia 02 de
junho de 2014, foi sancionada a Lei que institui o Dia da Mulher Negra, em
homenagem à grande líder quilombola Tereza Bengela – fruto de intensa
mobilização, na qual o projeto Latinidades teve grande participação.
Nas mesas de debates estão previstas intelectuais, pesquisadoras, ativistas,
escritoras e produtoras culturais. Os temas traz reflexões sobre literatura,
moda, economia, colonialidade, ativismo negro, Ancestralidades como
pertencimento, resistência dentre outras.
O encerramento acontecerá no dia
27, na Casa Natura Musical com desfiles e shows de A.M Strings
(EUA) e participação Laylah Arruda (Feminine Hifi), ZAV (Moçambique) e, do
Brasil, Bia Ferreira e Doralyce, com o lançamento do show Preta
Leveza.
Em doze anos o projeto
Latinidades negras atingiu mais de 300.000 pessoas como público direto,
realizou mais de 200 formativas, mais de 200 apresentações artísticas, quatro
publicações, oito milhões de valoração de mídia (sendo a maior parte mídia
espontânea).
Todas
as atividades precisam de pré-inscrição pelo site
site da casa de shows.
Fontes: EBC/Mundo Negro/Portal Africas/Agência de notícias das Favelas/Celulapop
Nenhum comentário:
Postar um comentário