Estudos entre 2009 e 2014 ja revelavam o risco de câncer de mama em mulheres
negras em diversos países
Outubro é o mês dedicado à conscientização do câncer de mama, que é um dos mais comuns cânceres mais comuns em mulheres, representando 25% de todos os casos de câncer no mundo. Globalmente, são diagnosticados aproximadamente 1,7 milhões de novos casos dos quais meio milhão vão a óbito . (Emanuelle Goes - em seu Blog população negra e saúde) .
O estudo “Jewels in our Genes”, realizado pela Universidade
de Buffalo, nos Estados Unidos, ja revelou três regiões anormais de DNA em
mulheres afrodescendentes compartilhados por membros da mesma família. Essa
descoberta levanta a hipótese de existir genes de câncer de mama ainda não
descobertos e relacionados à raça. O câncer de mama hereditário corresponde de
5 a 10% dos casos da doença.
Os pesquisadores afirmaram que se essas mutações forem
exclusivas dos afrodescendentes pode explicar o risco aumentado presente nas
mulheres negras na pré-menopausa quando comparado a outros grupos. Os
pesquisadores consideraram ainda que há mais genes anormais associados ao
câncer de mama que os já conhecidos BRCA1 e BRCA2.
A pesquisa foi realizada entre os anos de 2009 e 2014 e
examinou o DNA de 106 famílias de afrodescendentes norte-americanos. Entre os
participantes estavam 179 mulheres diagnosticadas com câncer de mama e 76 de
suas irmãs que nunca tiveram a doença. Esse estudo é semelhante à pesquisa
feita em 1990 com mulheres de ascendência europeia, que levou à descoberta dos
genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam consideravelmente o risco de desenvolver
câncer de mama e ovário.
Embora as mulheres afrodescendentes possam ter mutações
BRCA, há suspeitas de outras mutações ligadas ao câncer de mama nessa população
específica, por isso esse estudo mostra-se fundamental para a tomada de
decisões no que diz respeito à prevenção do câncer de mama em populações
específicas.
As mulheres afrodescendentes têm maior incidência de câncer
de mama na pré-menopausa e uma taxa de mortalidade maior quando comparadas a
outros grupos, como mulheres com ascendência europeia.
Esse estudo é particularmente importante para as
brasileiras, uma vez que 61% dos brasileiros brancos têm herança indígena ou
africana.
Cerca de 58 mil mulheres no Brasil são vítimas do câncer de
mama, segundo o Instituto Nacional do Câncer - INCA. Na região sul, 25% são
acometidas pela doença, quase um quarto da população.
A cada 10 minutos, estima-se que uma mulher seja
diagnosticada com a doença. Segundo pesquisas, aproximadamente 50% das
pacientes atendidas pelo serviço público descobrem a doença já em estágios mais
avançados, também conhecido como metastático.
Pesquisa recente realizada pela Cancer Research UK
(Pesquisas sobre Câncer do Reino Unido) e pela Public Health England (Saúde
Pública da Inglaterra), as mulheres negras na Inglaterra têm quase o dobro de
chances de serem diagnosticadas com câncer de mama em estaǵio avançado.
A incidência de descoberta da doença em seu último estágio é
de 25% em mulheres de origem africana, 22% em mulheres de origem caribenha e
apenas 13% em mulheres brancas.
Especialistas afirmam que a razão principal disso é o baixo
conhecimento dos sintomas e triagem. De acordo com o Cancer Research UK, há
menos probabilidade de mulheres negras irem fazer uma mamografia quando
convidadas pelo NHS (o Serviço Nacional de Saúde do país).
O Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de
mama. Ele é internacional, já que o problema ocorre com mulheres do mundo todo.
É importante ensiná-las como elas podem se prevenir e fazer o auto-exame.
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