terça-feira, 24 de outubro de 2017

2ª ENCONTRO REDE NACIONAL DE CIBERATIVISTAS NEGRAS

Por Mônica Aguiar 

Com os questionamentos de quais os avanços e desafios para ação política das mulheres negras na internet e, em clima de descontração, com várias palestras e muito debate, fica marcado a segunda edição do Encontro Nacional de Ciberativistas Negras, que ocorreu neste ultimo final de semana, no Rio de Janeiro com presenças de  mulheres negras que atuam em diversos seguimentos de vários Estados brasileiros .

Apoiada pela Embaixada Britânica, a ONG CRIOLA e OXFAN coordenam o  projeto e tem como parceiras FASE, IBASE, INESC e Instituto Pólise. Com a ação:-   mobilizar as vozes solitárias das mulheres negras para que sejam ouvidas, empoderadas e fortalecidas nas habilidades da comunicação já existentes e para o uso das ferramentas no combate a violação de direitos humanos.

Reflexões profunda e análise de conjuntura ocorreram durante o segundo encontro,  em fase crise econômica e política estalada no Brasil . 
O encontro teve transmissão simultânea .

Observei nas falas da maioria, a reafirmação do retrocesso em diversas áreas da política social no Brasil, além das violações aos direitos humanos e aumento das manifestações racistas na internet. Reforçando que o Brasil é um país extremamente racista, comprovando os números de denúncias ocorridas de racismo institucionalizado das polícias, nos serviços médicos, na mídia, peças publicitárias, no mundo corporativo.

As redes sociais traz o reflexo do mundo off-line. É nestes espaços que vem a tona todo o discurso de ódio, aversão ao povo negro e violações de direitos humanos. Práticas que ocorrem principalmente no cotidiano da vida das mulheres negras. As redes digitais desnuda as assimetrias sóciorraciais e as desigualdades existentes naturalizadas pela sociedade e abandonadas pelo Estado brasileiro.

A Rede de Mulheres Negras Ciberativistas nasce em um encontro ocorrido nos dias 27 e 29 de janeiro, tornando uma ferramenta forte e segura para o fortalecimento das mulheres negras que desenvolvem on-line o combatem o racismo, o sexíssimo, a homofobia, a intolerância religiosa, que trabalham com a autoestima e visibilidade, sempre em defesa de todas as mulheres negras.


CRIOLA

Criola é uma organização da sociedade civil, fundada em 1992, fez este ano 25 anos, conduzida por mulheres negras que atua na defesa, promoção dos direitos e melhoria das condições de vida das mulheres negras numa perspectiva integrada e transversal. A coordenação geral esta sob-responsabilidade da militante, feminista negra  Lúcia Xavier .


PLATAFORMA ALYNE
Através da Plataforma Alyne, o CRIOLA, disponibiliza ferramentas capazes de estimular e apoiar a mobilização política para prevenção e redução dos riscos potenciais ou reais de violação dos direitos humanos; para advocacy de ações, estratégias e políticas, assim coo para o monitoramento de ações, estratégias e politicas públicas.
O projeto “Alyne”, foi inspirado na história de Alyne da Silva Pimentel Teixeira, uma jovem negra de 28 anos, da Baixada Fluminense, que em 2002 perdeu o bebê durante a gestação e também morreu, depois de esperar por 7 horas para a remoção do feto morto e sofrer com sérias complicações pós-cirúrgicas em um hospital do Sistema Único de Saúde.


“Trazemos para Internet a discussão do lugar da mulher negra na tradição afro-brasileira e por meio da nova plataforma Alyne, discutimos a defesa dos direitos delas”, explica Lucia Xavier, em entrevista ao Mundo Negro.




REDE CIBERATIVISTAS NEGRAS
A Rede Nacional de Ciberativiastas em defesa das Mulheres Negras nasce a partir da reunião ocorrida nos dias 27 a 29 de janeiro de 2017, no Rio de Janeiro, promovida no seio do projeto “ Mulheres Negras Fortalecendo na Luta Contra o Racismo  e Sexíssimo e esta sob coordenação do  CRIOLA.

Surgiu para atuar em defesa dos direitos das mulheres negras, buscando desencadear ações rápidas, através do ciberativismo, bem como potencializando estratégias de comunicação desenvolvidas por mulheres negras que contestem narrativas racistas e sexistas no âmbito online e off-line.
PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA REDE NACIONAL DE CIBERATIVISTAS NEGRAS
ü  Somos uma rede de mulheres negras, formada por mulheres negras;
ü  Reconhecemos as multiplicidades das vivencias das mulheres negras na sociedade brasileira;
ü  Comprometermo-nos a difundir narrativas que valorizam práticas, experiências, conhecimento e lutas e conquistas das mulheres;
ü  Defendemos: a vida, a democracia, os direitos humanos e sociais, os direitos reprodutivos e sexuais, o protagonismo das mulheres negras; O direito ao bem viver; e
ü  Combatemos: o racismo e todas as formas de opressão/exploração das mulheres negras, intolerância religiosa, o genocídio da população negra em todo território nacional.
...........
ü  Atuar em defesa das mulheres negras nos ambientes virtuais e não virtuais;
ü  Acolher e visibilizar denuncia de violação de direitos das mulheres negras para enfrentamento do racismo e sexismo, considerando as especificidades;
ü  Difundi narrativas que valorizam práticas, experiências, conhecimentos, lutas e conquistas das mulheres negras.  

Integram a Rede de Ciberativistas Negras 
Amapá
Carla Ramos (AP) / Jessica Santos
Bahia
Laina Crisóstomo / jessica Ipolito/Marjory do Rosário
Ceará
Jurema Werneck / Laelba Silva / Tatiana Paz
Distrito Federal
Helena Rosa / Laila Maryzandra/ Michely Ribeiro  
Espírito Santo
Adrielly Miguel / Drica Monteiro
Góias
Dandara Baçã
Maranhão
Ivana Braga
Mato Grosso
Cristiniane
Minas Gerais
Mônica Aguiar
Pará
Eliane Aparecida / Flávia Ribeiro / Carla Barbosa
Parana
Elaine Ribeiro 
Paraiba
Maria Carolina Flor
Pernambuco
Elaine Cristina Ribeiro /Ellen Taline /Gimara Santana / larisa Santiago / Monica Oliveira / Estela Maris/
 Rio de Janeiro
Ana Almeida, Ana Beatris,  Charlote Eanuelle, Cynthia Raquel /Jheniffer Raul / Laila Aurore / Lorena Cristina/ Lucia Xavier/Monica Cunha /  Raika Julie/Roberta da Fonseca / Sassa – Sabrina de Souza/ Silvana Bahia / Vilma Neres/ Viviane Gomes/ Yasmim Pinto 
Rio Grande do Norte
Jenair Alves / Rafaela Queiroz/ Rayane Nascimento
Rio Grande do Sul
Lucia Mariaci
São Paulo
Amine Carvalho/ Barbara Paes/ Camila Gomes/ Jheniffer Gomes/ Joice Berth/Luize Ferreira/ Luciana Bento/ Raquel Luanda

Fontes e fotos: CRIOLA / Mundo Negro/  Redes Sociais das que fazem parte da Rede .  

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