Por Mônica Aguiar
Com os questionamentos de quais os avanços e desafios para ação política das mulheres negras na
internet e, em clima de descontração, com várias palestras e muito debate, fica marcado a segunda
edição do Encontro Nacional de Ciberativistas Negras, que ocorreu neste ultimo
final de semana, no Rio de Janeiro com presenças de mulheres negras que atuam em diversos seguimentos de vários Estados brasileiros .
Apoiada pela Embaixada Britânica, a ONG CRIOLA e OXFAN coordenam o projeto e tem como parceiras FASE, IBASE, INESC e Instituto Pólise. Com a ação:- mobilizar as vozes solitárias das mulheres negras para
que sejam ouvidas, empoderadas e fortalecidas nas habilidades da comunicação já existentes e para o uso das ferramentas no combate a violação
de direitos humanos.
Reflexões profunda e análise de conjuntura ocorreram durante o segundo encontro, em fase crise econômica e política
estalada no Brasil .
O encontro teve transmissão simultânea .
Observei nas falas da maioria, a
reafirmação do retrocesso em diversas áreas da política social no Brasil, além das
violações aos direitos humanos e aumento das manifestações racistas na internet.
Reforçando que o Brasil é um país extremamente racista, comprovando os números
de denúncias ocorridas de racismo institucionalizado das polícias, nos serviços
médicos, na mídia, peças publicitárias, no mundo corporativo.
As redes sociais traz o reflexo
do mundo off-line. É nestes espaços que vem a tona todo o discurso de ódio, aversão
ao povo negro e violações de direitos humanos. Práticas que ocorrem principalmente
no cotidiano da vida das mulheres negras. As redes digitais desnuda as
assimetrias sóciorraciais e as desigualdades existentes naturalizadas pela sociedade
e abandonadas pelo Estado brasileiro.
A Rede de Mulheres
Negras Ciberativistas nasce em um encontro ocorrido nos dias 27 e 29 de janeiro,
tornando uma ferramenta forte e segura para o fortalecimento das mulheres
negras que desenvolvem on-line o combatem o racismo, o sexíssimo, a homofobia, a intolerância religiosa, que trabalham com a autoestima e visibilidade, sempre em defesa
de todas as mulheres negras.
CRIOLA
Criola é uma organização da
sociedade civil, fundada em 1992, fez este ano 25 anos, conduzida por mulheres
negras que atua na defesa, promoção dos direitos e melhoria das condições de
vida das mulheres negras numa perspectiva integrada e transversal. A
coordenação geral esta sob-responsabilidade da militante, feminista negra Lúcia Xavier .
PLATAFORMA
ALYNE
Através da Plataforma Alyne, o
CRIOLA, disponibiliza ferramentas capazes de estimular e apoiar a mobilização
política para prevenção e redução dos riscos potenciais ou reais de violação
dos direitos humanos; para advocacy de ações, estratégias e políticas, assim
coo para o monitoramento de ações, estratégias e politicas públicas.
O projeto “Alyne”, foi
inspirado na história de Alyne da Silva Pimentel Teixeira, uma jovem negra de
28 anos, da Baixada Fluminense, que em 2002 perdeu o bebê durante a gestação e
também morreu, depois de esperar por 7 horas para a remoção do feto morto e sofrer
com sérias complicações pós-cirúrgicas em um hospital do Sistema Único de
Saúde.
REDE
CIBERATIVISTAS NEGRAS
A Rede Nacional de
Ciberativiastas em defesa das Mulheres Negras nasce a partir da reunião ocorrida
nos dias 27 a 29 de janeiro de 2017, no Rio de Janeiro, promovida no seio do
projeto “ Mulheres Negras Fortalecendo na Luta Contra o Racismo e Sexíssimo e esta sob coordenação do CRIOLA.
Surgiu para atuar em defesa dos
direitos das mulheres negras, buscando desencadear ações rápidas, através do
ciberativismo, bem como potencializando estratégias de comunicação desenvolvidas
por mulheres negras que contestem narrativas racistas e sexistas no âmbito
online e off-line.
PRINCÍPIOS
E OBJETIVOS DA REDE NACIONAL DE CIBERATIVISTAS NEGRAS
ü Somos
uma rede de mulheres negras, formada por mulheres negras;
ü Reconhecemos
as multiplicidades das vivencias das mulheres negras na sociedade brasileira;
ü Comprometermo-nos
a difundir narrativas que valorizam práticas, experiências, conhecimento e lutas
e conquistas das mulheres;
ü Defendemos:
a vida, a democracia, os direitos humanos e sociais, os direitos reprodutivos e
sexuais, o protagonismo das mulheres negras; O direito ao bem viver; e
ü Combatemos:
o racismo e todas as formas de opressão/exploração das mulheres negras, intolerância
religiosa, o genocídio da população negra em todo território nacional.
...........
ü Atuar
em defesa das mulheres negras nos ambientes virtuais e não virtuais;
ü Acolher
e visibilizar denuncia de violação de direitos das mulheres negras para enfrentamento
do racismo e sexismo, considerando as especificidades;
ü Difundi
narrativas que valorizam práticas, experiências, conhecimentos, lutas e conquistas
das mulheres negras.
Integram
a Rede de Ciberativistas Negras
Amapá
Carla Ramos (AP) / Jessica Santos
Bahia
Laina Crisóstomo / jessica Ipolito/Marjory
do Rosário
Ceará
Jurema Werneck / Laelba Silva /
Tatiana Paz
Distrito
Federal
Helena Rosa / Laila Maryzandra/
Michely Ribeiro
Espírito
Santo
Adrielly Miguel / Drica
Monteiro
Góias
Dandara Baçã
Maranhão
Ivana Braga
Mato
Grosso
Cristiniane
Minas
Gerais
Mônica Aguiar
Pará
Eliane Aparecida / Flávia Ribeiro
/ Carla Barbosa
Parana
Elaine Ribeiro
Parana
Elaine Ribeiro
Paraiba
Maria Carolina Flor
Pernambuco
Elaine Cristina Ribeiro /Ellen Taline
/Gimara Santana / larisa Santiago / Monica Oliveira / Estela Maris/
Rio de
Janeiro
Ana Almeida, Ana Beatris, Charlote Eanuelle, Cynthia Raquel /Jheniffer
Raul / Laila Aurore / Lorena Cristina/ Lucia Xavier/Monica Cunha / Raika Julie/Roberta da Fonseca / Sassa –
Sabrina de Souza/ Silvana Bahia / Vilma Neres/ Viviane Gomes/ Yasmim Pinto
Rio
Grande do Norte
Jenair Alves / Rafaela Queiroz/
Rayane Nascimento
Rio
Grande do Sul
Lucia Mariaci
São
Paulo
Amine Carvalho/ Barbara Paes/
Camila Gomes/ Jheniffer Gomes/ Joice Berth/Luize Ferreira/ Luciana Bento/ Raquel
Luanda
Fontes e fotos: CRIOLA / Mundo Negro/ Redes Sociais das que fazem parte da Rede .
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