sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Imigrantes africanos protestam diante do Parlamento israelense


Mais de 10.000 africanos que buscam asilo protestaram, nesta quarta-feira (8), diante do Parlamento de Israel, o Knesset. As manifestações entram no quinto dia em greve geral, nesta quinta-feira (9), contra as políticas israelenses que mantêm milhares de requerentes de asilo criminalizados e detidos. 

Os manifestantes chegaram em diversos ônibus, em um protesto organizado pela comunidade. O chefe do Parlamento, Yuri Edelstein, negou a entrada a representantes do grupo, para a entrega de uma lista de reivindicações. 
Edelstein, citado pela revista eletrônica israelense +972, teria dito que “a entrada de infiltradores no Knesset causaria uma provocação e poderia levar à violência e a tensões.” 
Há quatro dias realizando protestos, os imigrantes africanos, majoritariamente em busca de asilo em Israel, estão reivindicando a libertação de todos os aprisionados sob a controversa lei “anti-infiltração”, reformulada pelo Parlamento israelense no início de dezembro. 
De acordo com a +972, a lei anterior foi derrubada pela Suprema Corte israelense, que ordenou ao Estado o início do processo de libertação dos requerentes de asilo detidos indefinidamente. Ao invés disso, porém, o Parlamento passou uma lei para dar a volta à decisão judicial e deter os requerentes em “prisões abertas”. 
Uma emenda anterior, feita em 2012, permitia a detenção de imigrantes africanos que pediam asilo, sem julgamento, por um período de três anos, nas prisões de Saharonim e Ktziot. Sob a nova emenda, os requerentes podem ser presos por um período de um ano, seguido de uma detenção adicional e indefinida em um “campo de internação” especialmente construído pelo Serviço Prisional Israelense. 
Os requerentes de asilo devem dormir no novo campo, denominado Holot, e estarem presentes em três chamadas diárias, para impedi-los de afastarem-se da região e conseguirem um emprego, o que, de acordo com o governo, é a razão pela qual os requerentes de asilo chegam a Israel. Os imigrantes têm exigido, porém, que o governo israelense analise os casos individuais e reconheçam-nos como refugiados. 
Os mais de mil requerentes de asilo ainda detidos sob a emenda anterior, entretanto, não são os únicos alvos da lei. A nova emenda indica que todos podem ser postos em um “campo de internação” que tem a capacidade de abrigar 3.300 detidos. Autoridades do Ministério do Interior disseram esperar que o campo sirva como uma “porta giratória”, que leve à deportação, de acordo com a revista independente +972. 
O ministério já teria usado a lei anterior para pressionar os requerentes de asilo a deixarem o país. Os detidos foram ameaçados com detenção indefinida, e informados de que o único jeito de deixar a prisão era um acordo para a deportação a seus países. 

Fontes: Vermelho / CEERT

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