segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Marcham Mulheres Indígenas, Margaridas


Por Mônica Aguiar 

O encontro acontece até quarta-feira (14), tem como tema  central :

“Território: nosso corpo, nosso espírito”

Mulheres de todo o país se reúnem em Brasília nesta semana para Marcha das Mulheres Indígenas e das Margarias. 

Neste domingo (11), mulheres indígenas de diferentes estados e  tribos chegaram ao acampamento do evento, montado no gramado da Funarte.

A Marcha da Mulheres Indígenas, organizada pela Articulação Brasileira dos Povos Indígenas (Apib), tem como  objetivo debater  o que é ser mulher nas comunidades indígenas, violação de direitos e empoderamento político, fruto de uma extensa luta por reconhecimento e espaço dentro dos movimentos indígenas e perante a sociedade brasileira.

 A abertura oficial da Marcha ocorreu na sexta-feira (9), Dia Internacional dos Povos Indígenas, quando as participantes deixaram suas aldeias e vieram em direção à capital Federal.

Nesta segunda (12), as indígenas se encontram com as ministras do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber e Cármen Lúcia, liderada por Sonia Guajajara,  líder indígena brasileira .

Cristiane Julião, da tribo Pankararu, veio da cidade de Tacaratu, em Pernambuco, a cerca de 1,8 mil quilômetros de Brasília. 
De acordo com a líder indígena, a marcha ajuda a desconstruir estereótipos sobre o papel da mulher nessas comunidades.
“Estamos aqui para construir e plantar a perspectiva de que somos capazes e podemos ir além. Agora é a nossa vez.”

Segundo Cristiane, os papéis de liderança nas comunidades indígenas são majoritariamente ocupados por homens e as mulheres ainda enfrentam descrédito e violência.

 A Marcha vai até a próxima quarta-feira (14/8) , neste dia, a Marcha das Mulheres Indígenas unirá forças na luta pela educação na Marcha das Margaridas.

O ATL é uma grande Mobilização Nacional (MNI), que reúne os indígenas de todo o país há 15 anos em Brasília. 

A cada edição o ATL traz uma bandeira de luta que reflete o clamor das comunidades indígenas de todo o país.

Em entrevista no Diário da Manhã, a estudante do doutorado em Arte e Cultura da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Mirna Kambeba Omágua Yetê Anaquiri, afirmou que as mulheres indígenas e quilombolas da UFG se uniram às mulheres de todo o território nacional pela demarcação das terras, pelo direito a educação, pela permanência das bolsas de estudos do Ministério da Educação (MEC), pela saúde e pelo combate a violência que atinge mulheres indígenas e quilombolas.
De acordo com Mirna a primeira Marcha Nacional se unirá com a Marcha das Margaridas.

“Mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade juntas
 pela Mãe Terra”, afirma.

A estudante pertence ao povo da água- Kambeba Amazonas e, segundo ela os direitos dos indígenas estão sendo ameaçados e a terra pede socorro.

Em entrevista a Revista online  IHU Braulina Baniwa, mestranda em Antropologia Social pela Universidade Brasília declara a  diversidade de povos, diversidade de pautas e uma das tarefas é encontrar a intersecção entre os pontos que mais dialoguem entre as mulheres. 
“As pautas são complexas, não existe uma pauta que representa e que dialoga com os desejos de todas, por isso a ideia do Fórum, são mais de 300 povos diferentes. Então, a ideia é chegar próximo de algo que contemple a todas”.

A Marcha das Margaridas é a maior mobilização de mulheres trabalhadoras do campo e da floresta do Brasil e a maior ação conjunta de mulheres trabalhadoras da América Latina, conta com a presença de 26 países .

A realização da Marcha das Margaridas foi decidida durante o Acampamento Terra Livre 2019 pelas mulheres silvícolas com o objetivo de dar mais visibilidade às pautas que as cercam.

A Marcha das Mulheres Indígenas estreia o momento de união entre mulheres da terra com as mais diversas demandas. Campesinas, quilombolas, marisqueiras e indígenas se juntam pra debater e deliberar ações articuladas na defesa dos seus direitos, corpos e seus territórios.

A Marcha das Margaridas é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) seu Tema :

Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”

O nome Marcha das Margarida Maria Alves é uma homenagem a  sindicalista paraibana assassinada em 1983, aos 50 anos, por um matador de aluguel a mando de fazendeiros da região. 
Em 2019, completam-se 36 anos de seu assassinato. 
Até hoje, nenhum acusado por sua morte foi condenado. 
A marcha de 2019 esta em  sua sexta edição , já a Marcha das Mulheres Indígenas é primeira edição.

ESTADOS PRESENTES

Eunice Lea de Moraes
Grupo nos Nos Mulheres, IFCH/UFPA
( Foto Isabel Clavelin )
As Marchas das Margaridas e Indígenas estar concentrando toda a diversidade brasileira e  movimentos sociais. Neste, a composição populacional, cultural e social do Brasil, pois todos Estados deveram estar presentes, em uma só voz em Brasilia.  

Pará e Pernambuco são dois dos 27 Estados que estará em  caravana presente na Marcha. 
Representando também a  Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (FETAPE), somará  a milhares de mulheres organizadas em diversos segmentos e movimentos no Brasil : feministas, mulheres negras, sindicalistas e organizações internacionais.

A FETAPE e uma das 26 Federações filiada a CONTAG ( Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais)  responsável pela organização da Marcha das Margaridas, tem  mais de 4 mil sindicatos de trabalhadores rurais.

Existem várias avaliações positivas sobre o número de mulheres presentes nas Marchas.  

Com certeza, se considerar as mobilizações de todos os Estados, poderá ser a maior manifestação de mulheres do Brasil desde o #ELE NÃO contra o atual presidente Bolsonaro.  

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