Por Mônica Aguiar
A Marcha das Margaridas e Indígenas, foi encerrada nesta
quarta-feira (14). Em um grande ato tomou conta das ruas da capital no Brasil, ecoando no mundo.
A mobilização reuniu mais de 100 mil mulheres de diversos setores, movimentos e categorias,
por soberania popular,
democracia, justiça, igualdade
e fim da violência de gênero.
por soberania popular,
democracia, justiça, igualdade
e fim da violência de gênero.
A grande concentração
lilás e vermelha ocorreu entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o Congresso
Nacional, seguindo pelo Eixo Monumental até o gramado do Senado federal.
A Marcha
das Margaridas, teve como eixo central "Margaridas na Luta por um Brasil
com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de
Violência", reuniu caravanas de todas as regiões do Brasil e
representantes de cerca de 25 países de diferentes continentes, em uma
verdadeira ciranda que traduziu a força e resistência da luta de todas as mulheres.
Combater as múltiplas formas de violência de gênero, a
retirada de direitos, defesa dos serviços de saúde e educação públicas, contra a reforma da previdência social, entre
outros.
Constituíram um imenso coral, com
maioria de vozes feminina, que ecoam no mundo.
Chamaram a atenção das perdas de direitos
e de várias conquistas, após o golpe político orquestrado contra a primeira
mulher eleita democraticamente no Brasil, Dilma Rousseff, e das várias mortes
que vem ocorrendo de mulheres, destacando as lideranças e parlamentares exterminadas
brutalmente no Brasil.
Agricultoras familiares, ribeirinhas,
quilombolas, pescadoras, camponesas, sem-terra,
acampadas, assentadas, quebradeiras de coco, trabalhadoras urbanas de diversos
setores, artesãs, extrativistas, seringueiras, movimentos feministas, mulheres
negras, sindicalistas e mulheres indígenas, também denunciaram os desmandos
inconstitucionais, autoritarismo ideológico e repressor do atual governo brasileiro.
Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi
assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região.
A Vereadora na cidade do Rio de janeiro Marille Franco, exterminada em 14 de março de
2018.
“O novo vem do povo, vem do
poder popular, desse povo que é mulher. É por todas que vieram antes de nós,
Luizas, Dandaras, Marielles, Margaridas, e por uma geração que será livre. Só
pararemos de marchar quando todas forem livres”, bradou a deputada federal
Talíria Petrone (Psol-RJ) - Brasil de Fato.
Foto: Andressa Zumpano via Midia Ninja/Cobertura Colaborativa |
Margarida Alves lutou pelo fim
da violência no campo, por direitos trabalhistas como respeito aos horários de
trabalho, carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas. Modificados com perdas significativas na nova reforma
trabalhista, aprovada pelo Congresso Nacional em 2019 . A Marcha recebe o nome
de Margarida como símbolo de resistência.
Marille
Franco lutava contra o racismo e as múltiplas formas de violência, em especial contra jovens e
mulheres negras, sempre em defesa dos direitos humanos. Crítica da intervenção
militar no Rio de Janeiro, denunciava os abusos da polícia em sua cidade e em todo
Brasil. Cobrava postura do Estado quanto
ao número de jovens negros moradores nas periferias, mortos nas
mãos da polícia .
Várias conquistas foram garantidas durante os
Governos Lula e Dilma Rousseff, o título das terras destinadas à reforma
agrária em nome também das mulheres.
A criação do Pronaf Mulher, com a
ampliação da participação no Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura.
Ampliou o combate à violência contra as mulheres do
campo e da floresta, com uma série de iniciativas como a criação do Fórum
Nacional de Elaboração de Políticas para o Enfrentamento desse grave problema,
além da entrega de 54 unidades móveis, inclusive pluviais no Rio Amazônia, para
o atendimento às mulheres. Esses governos “populares e democráticos”.
“Estamos
em um momento difícil para as mulheres, porque muitos dos nossos direitos estão
sendo retirados e nós, mulheres o campo, das águas e florestas, estamos aqui
unidas para mostrar não só para o Governo e para o Congresso, mas para a
sociedade como um todo, qual o modelo de desenvolvimento queremos” .
afirma Mazé, dirigente da CONTAG e Coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2019 -( Rede Brasil Atual ).
(Foto: Mídia Ninja) |
A pedido do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), o ministro da Justiça, Sérgio Moro, determinou o uso da Força Nacional
para proteção da área da Esplanada dos Ministérios nesta quarta, mas a atividade ocorreu sem nenhum tumultuo ou imprevistos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário