Daiane dos Santos |
Duas
décadas depois, Daiane concedeu entrevista para ONU Mulheres Brasil sobre as conquistas nos
esportes de alto rendimento e sobre o racismo enfrentado durante sua carreira e avalia
sua trajetória, seu papel para inspirar mulheres e meninas e a urgência de
enfrentar o racismo na sociedade.
Em
1999, a ginasta Daiane dos Santos — na época, aos 16 anos — disputava os Jogos
Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá. A competição lhe renderia suas primeiras
medalhas na categoria sênior da ginástica artística: prata no salto e bronze
por equipes.
“Posso dizer que sofri muito mais racismo no
Brasil do que fora do país. Mais de 50% de nossa população é composta por
pessoas que se autodeclaram negras, mas o preconceito ainda existe. Dizem que
se trata de um preconceito velado, mas ele é bastante visível e cruel e,
infelizmente, não recebe a punição que deveria.”
“Nós,
meninas e mulheres negras, ainda temos menos oportunidades não apenas no
esporte, como em diversas áreas. Muitas barreiras ainda permanecem as mesmas de
vinte anos atrás. É preciso dar às meninas e mulheres negras as mesmas
condições e oportunidades de se desenvolverem em diferentes esportes e
desconstruir de uma vez por todas tabus de que determinadas modalidades
não são
para pessoas negras”.
Daiane
conquistou medalhas em outros Pan-Americanos e também em campeonatos mundiais.
Foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma
medalha de ouro no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em 2001.
A
atleta participou de Jogos Olímpicos e criou dois movimentos inéditos: o duplo
twist carpado e sua variação esticada, mundialmente conhecidos como “Dos
Santos” e “Dos Santos 2”.
As
entrevistas “Perfil Atleta do Mês” é uma ação de comunicação do programa “Uma
Vitória Leva à Outra” para visibilizar esportistas brasileiras e as suas
histórias de vida e atuação em diferentes modalidades esportivas.
As entrevistas podem ser vistas na página onumulheres.org.br/mulheres-brasileiras
Daiane já vem revelando situações em que sofreu
preconceito, discriminação e com racismo em várias entrevistas.
Sempre ressalta
a importância de abordar a temática e preocupação com as próximas gerações, que
poderão ser vítimas de racismo.
Leiam Relatório Anual da Discriminação
Racial no Futebol” 2014, 2015 e 2016, com os casos de preconceito e discriminação no
esporte brasileiro aqui.
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