terça-feira, 6 de agosto de 2019

Ex ginasta Daiane dos Santos fala sobre enfrentamento ao racismo

Daiane dos Santos

Duas décadas depois, Daiane concedeu entrevista para  ONU Mulheres Brasil sobre as conquistas nos esportes de alto rendimento e sobre o racismo enfrentado durante sua carreira e avalia sua trajetória, seu papel para inspirar mulheres e meninas e a urgência de enfrentar o racismo na sociedade.

Em 1999, a ginasta Daiane dos Santos — na época, aos 16 anos — disputava os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá. A competição lhe renderia suas primeiras medalhas na categoria sênior da ginástica artística: prata no salto e bronze por equipes.

 “Posso dizer que sofri muito mais racismo no Brasil do que fora do país. Mais de 50% de nossa população é composta por pessoas que se autodeclaram negras, mas o preconceito ainda existe. Dizem que se trata de um preconceito velado, mas ele é bastante visível e cruel e, infelizmente, não recebe a punição que deveria.”

Nós, meninas e mulheres negras, ainda temos menos oportunidades não apenas no esporte, como em diversas áreas. Muitas barreiras ainda permanecem as mesmas de vinte anos atrás. É preciso dar às meninas e mulheres negras as mesmas condições e oportunidades de se desenvolverem em diferentes esportes e desconstruir de uma vez por todas tabus de que determinadas modalidades 
não são para pessoas negras”.

Daiane conquistou medalhas em outros Pan-Americanos e também em campeonatos mundiais. Foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, em 2001.

A atleta participou de Jogos Olímpicos e criou dois movimentos inéditos: o duplo twist carpado e sua variação esticada, mundialmente conhecidos como “Dos Santos” e “Dos Santos 2”.

As entrevistas “Perfil Atleta do Mês” é uma ação de comunicação do programa “Uma Vitória Leva à Outra” para visibilizar esportistas brasileiras e as suas histórias de vida e atuação em diferentes modalidades esportivas.

 As entrevistas podem ser vistas na página onumulheres.org.br/mulheres-brasileiras

Daiane já vem revelando situações em que sofreu preconceito, discriminação e com racismo em várias entrevistas. 
Sempre ressalta a importância de abordar a temática e preocupação com as próximas gerações, que poderão ser vítimas de racismo.

Leiam Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 20142015 e 2016, com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui.

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