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Por Mônica Aguiar
“Ser medíocre significa não ter qualidades ou habilidades
suficientes para se destacar naquilo que se propõe a fazer. Racismo é a discriminação social baseada
no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras”.
Em parte dos comentários, os internautas são críticos ao
"branqueamento" da mulher negra ao ser diplomada.
Nas peças do Ministério da Educação
compartilhadas nos stories do Instagram, a mão e o rosto da aluna negra ao
pegar o diploma são substituídos por mãos e rosto de uma estudante branca.
Lembrando trechos do artigo de Joice Beth publicado no Medium “...Clarear a população para
progredir o país passou a ser um projeto de nação defendido século XIX.
Projeto que envolvia eugenização e a higienização social enquanto
políticas públicas” ....”.
O que podemos observar que várias
ações neste governo servem para reafirmar
um novo modelo de democracia racial, onde o eurocentrismo , aculturação, refletindo estereótipos
raciais , somados com a naturalização de práticas
racistas tem ficado evidentes nas peças publicitárias, declarações e proibições
que fogem do proposito de construir minimamente qualquer tipo de igualdade
racial no Brasil.
O ínfimo crescimento da imagem da mulher
negra nas peças publicitárias nos últimos anos como; tvs e jornais, aflora o ódio já existente de
um setor que não aceita que as mulheres
negras sejam protagonistas na economia, na cultura, na literatura, nos
desenvolvimentos científicos, tecnológicos , na política e, tantos outros .
Estamos em uma época em que as
mulheres tem se posicionado mais a vontade e escolhem de forma mais livre com
quem e como querem estabelecer suas relações conjugais, demonstrando o aumento
de sua afirmação pessoal como ser humano dotado de direitos e não apenas
deveres.
Na realidade, as mulheres já vem alguns
anos partindo da esfera doméstica às diferentes funções na sociedade, rompendo
com barreiras e valores arcaicos, hoje redefinidos e ressignificados pelo atual governo federal.
Qualquer medida afirmativa, afixada
ou paliativa, agita as estruturas imaginárias que afiançam o espaçoso, do atual
e grande poderio ante libertário.
As desqualificações da imagem das
mulheres negras em peças publicitárias, não podem ser consideradas ingênuas,
naturais ou desprovidas de intencionalidades, pois servem de fortalecimento das
desigualdades, privilegiam manifestações ideológicas racistas.
Dentro deste campo denominado nova produção simbólica, tais práticas como presenciamos nesta peça, influenciam e
reproduzem para o pensamento social valores que reforçam preconceitos e
discriminação racial, constituindo no imaginário coletivo, a reafirmação subjetiva
de democracia racial.
Esta prática de racismo
institucionalizado realinhado neste novo formato e redirecionado diretamente nas
redes sociais por este setor anacrônico, contraria expressivamente o exercício da democracia e da
cidadania. Demostram sua falta de responsabilidade ao trilhar caminhos que
estão na contramão da história.
A sobreposição da cor da pele ainda
é o que classifica o potencial educacional das mulheres, isto além de criar
mecanismo que dificulta acesso nas universidades e reserva direitos para maioria deste pais .
Em nota enviada , o MEC afirmou que a campanha tem como objetivo
“enfatizar que as oportunidades são iguais para todos os candidatos, e a
linguagem escolhida foi a sobreposição de imagens que demonstram a variedade de
cor, raça e gênero”.
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