terça-feira, 18 de junho de 2019

Campanha do MEC ? Da mediocridade ao racismo

Foto Internet 

Por Mônica Aguiar 

Ser medíocre significa não ter qualidades ou habilidades suficientes para se destacar naquilo que se propõe a fazer. Racismo é a discriminação social baseada no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras”. 

Não bastava as falsetas do corte de verbas para universidades federais recentemente determinada pelo MEC,  agora mais uma polêmica  causada  pelo Ministério da Educação em campanha publicitária que fala sobre o prazo de inscrições para o Programa Universidade para Todos (Prouni).  

A imagem (peça) polêmica está em todas as redes sociais do MEC, desde dia (13/06/) e vem sendo duramente criticada por ativistas do movimento de mulheres negras, direitos humanos, movimento negro e milhares de internautas. Todos falam da prática do racismo.

Em parte dos comentários,  os internautas são críticos ao "branqueamento" da mulher negra ao  ser diplomada.

Nas peças do Ministério da Educação compartilhadas nos stories do Instagram, a mão e o rosto da aluna negra ao pegar o diploma são substituídos por mãos e rosto de uma estudante branca.

Lembrando trechos do artigo de Joice Beth publicado no Medium “...Clarear a população para progredir o país passou a ser um projeto de nação defendido  século XIX.   Projeto que envolvia eugenização e a higienização social enquanto políticas públicas” ....”.

O que podemos observar que várias ações neste governo  servem para reafirmar um novo modelo de democracia racial, onde o eurocentrismo , aculturação, refletindo estereótipos  raciais , somados com a naturalização de práticas racistas tem ficado evidentes nas peças publicitárias, declarações e proibições que fogem do proposito de construir minimamente qualquer tipo de igualdade racial  no Brasil.

O  ínfimo crescimento da imagem da mulher negra nas peças publicitárias nos últimos anos como;  tvs e jornais, aflora o ódio já existente de um setor que não aceita  que as mulheres  negras sejam protagonistas na economia, na cultura, na literatura, nos desenvolvimentos científicos, tecnológicos , na política e, tantos outros .  

Estamos em uma época em que as mulheres tem se posicionado mais a vontade e escolhem de forma mais livre com quem e como querem estabelecer suas relações conjugais, demonstrando o aumento de sua afirmação pessoal como ser humano dotado de direitos e não apenas deveres.

Na realidade, as mulheres já vem alguns anos partindo da esfera doméstica às diferentes funções na sociedade, rompendo com barreiras e valores arcaicos, hoje redefinidos e ressignificados pelo atual governo federal.

Qualquer medida afirmativa, afixada ou paliativa, agita as estruturas imaginárias que afiançam o espaçoso, do atual e grande poderio ante libertário.

As desqualificações da imagem das mulheres negras em peças publicitárias, não podem ser consideradas ingênuas, naturais ou desprovidas de intencionalidades, pois servem de fortalecimento das desigualdades, privilegiam manifestações ideológicas racistas.

Dentro deste campo denominado nova produção simbólica, tais práticas como presenciamos nesta peça, influenciam e reproduzem para o pensamento social valores que reforçam preconceitos e discriminação racial, constituindo no imaginário coletivo, a reafirmação subjetiva de democracia racial.  

Esta prática de racismo institucionalizado realinhado neste novo formato e redirecionado diretamente nas redes sociais por este setor anacrônico,  contraria  expressivamente o exercício da democracia e da cidadania. Demostram sua falta de responsabilidade ao trilhar caminhos que estão na contramão da história.

A sobreposição da cor da pele ainda é o que classifica o potencial educacional das mulheres, isto além de criar mecanismo que dificulta acesso nas universidades e  reserva direitos para maioria deste pais .

Em nota enviada , o MEC afirmou que a campanha tem como objetivo “enfatizar que as oportunidades são iguais para todos os candidatos, e a linguagem escolhida foi a sobreposição de imagens que demonstram a variedade de cor, raça e gênero”.


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