Apesar de as mulheres
apresentarem melhor desempenho na educação e terem maior expectativa de vida no
Brasil, a renda delas é 42,7% menor que a dos homens (10,073 para mulheres
contra 17,566 para homens), segundo dados divulgados quinta-feira (13) pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A média de renda per
capita do país é de 13,755.
Ao apresentar o novo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do país e do mundo, o órgão destacou a
desigualdade de gênero na taxa que considera o acesso da população à educação,
saúde e perspectivas econômicas.
De acordo com o levantamento,
no Brasil, enquanto o IDH dos homens é de 0,761, na escala que varia de 0 a 1
ponto, o das mulheres é de 0,755 – quanto mais próximo de 1, maior o
desenvolvimento humano. A expectativa de vida das brasileiras é de 79,3 anos
contra 72,1 anos dos homens. No quesito educação, a projeção de uma menina que
entra no ensino em idade regular é permanecer estudando por 15,9 anos e ter uma
média de estudo de 8 anos, contra, respectivamente, 14,9 e 7,7 para os meninos.
Países como Uruguai, Venezuela
e Argentina mantêm padrões muito mais equitativos entre homens e mulheres,
ainda que todos eles sustentem a disparidade econômica por gênero de quase 50%
entre a renda de um e outro.
Parte da justificativa pode
estar no menor tempo que a mulher dispõe para o mercado de trabalho formal. Um
dos dados divulgados pelo Pnud aponta que o Brasil é o país da região onde há
menor divisão das tarefas domésticas entre homens e mulheres. De acordo com o levantamento,
elas gastam 13,3% mais do tempo em atividades não remuneradas dentro de casa,
trabalhando 4,3 vezes mais nestas funções do que os brasileiros. O número ainda
pode ser maior, considerando a subnotificação, neste levantamento, do tempo
disposto para cuidar de filhos, idosos e familiares doentes.
Com relação à participação
política, as mulheres ocupam 11,3% das cadeiras do Congresso Nacional. O número
representa o pior resultado da América do Sul e o terceiro pior da América
Latina, atrás somente de Belize (11,1%) e das Ilhas Marshall (9,1%). O país com
menor IDH do mundo, Níger, tem mais mulheres com assento no Parlamento (17%) do
que o Brasil.
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