Karoline Gomes por Mônica Aguiar
Há anos as mulheres negras têm sido
excluídas dos setores de visibilidade que definem padrões. Enfrentam todos desafios depositados pelo racismo velado nos editoriais e
nas passarelas de moda e beleza. Mesmo com número crescente
de modelos negras nestes espaços, a desproporcionalidade é visível no dia
a dia.
É muito difícil encontrarmos inspirações que de fato traduzam o que
procuramos e que não nos tirem a nossa identidade.
Para
piorar a visão destorcida ou denominada "diferenciada" da mulher negra dentro do mundo fashion, em consequência do
domínio de estilistas brancos nas passarelas e no comando das marcas. Tudo dentro dos padrões
eurocêntricos cultivados pela sociedade como o que é bonito e aceitável.
As tendências
atuais que marcam a moda favorece um mercado
que encinta o imaginário de aceitação a cor, ao cabelo. Mas na prática cotidiana, e nos grandes espaços de visibilidade da moda são
cada vez mais excluídos. Modelos brancas
representam as mulheres brancas, em tutoriais de cabelo e maquiagem, mas pouco
há para as negras, e quando há, com pouco destaque.
Um
exemplo de como a pele negra é naturalmente menosprezada esta representado através
da Revista americana Cosmopolitan, quando decidiu listar tendências
aceitáveis e não aceitáveis em 2015, chamando as primeiras de “Hello, gorgeous”
(que seria “Olá, maravilhosa”) e “To die” (que seria uma tendência “para
morrer”).
“Coincidentemente”, todas as tendências listadas no lado negativo da lista, eram usadas por mulheres negras.
“Coincidentemente”, todas as tendências listadas no lado negativo da lista, eram usadas por mulheres negras.
Mesmo
no Brasil, onde se clama igualdade, tolerância e diversidade, e ou pais da democracia racial , as modelos mais
famosas internacionalmente são brancas.
Mas
também não podemos deixar de falar dos bons exemplos de representatividade nas
passarelas, Naomi Campbell, Alek Wek e Tyra Banks são
incrivelmente bem sucedidas e referências desde os anos 90, quando começaram a
trabalhar. Nem tão pouco esquecer que dentro das estatística estão incluídas Chanel Iman, Jordan Dunn e Joan Smalls, que só conseguiram chegar ao topo graças ao reconhecimento de outros ícones que entraram para a história .
Donyale Luna modelo entrou para a história por ser a primeira modelo negra a estampar um editorial da “Vogue” em 1966.
E no Brasil, as gêmeas brasileiras Suzane e Suzana Massena têm conquistado cada vez mais espaço nas passarelas. Ao contrário, elas não aceitaram alisar ou raspar cabelo para desfilar. Um tempo surge diferenciado para valorização do perfil negro, iniciado pela resistência destas e tantas meninas negras.
Segundo dados coletados pelo site The Fashion Spot, 77,6% das modelos presentes nos desfiles da Primavera 2016 de Milão, Londres e Paris eram brancas. É um pequeno aprimoramento dos injustos 80% reportados no Outono 2015 e 83% na Primavera anterior.
Mas
ainda não dá para ter uma visão positiva, considerando a caminhada, as barreiras advindas do preconceito, a se quebrar, desde os ateliês e desfiles, até as
revistas e marcas de roupas que falham na pesquisa sobre referências africanas
e vendem se apropriando da cultura negra. A maioria sem usar mulheres negras para
estampar os editoriais, sejam eles temáticos, sejam eles “mistos”.
Para
as mulheres negras, se a moda não as representa, elas representam a todas as
outras com a moda delas.
Depois
de descobrir, aceitar e identificar com minhas raízes, começou a procurar
outras referências, e percebi que não eram só minhas. São mulheres jovens, mas
comprometidas com sua identidade, corpo e mensagens que querem passar, para
inúmeros seguidores que também se inspiram nelas. Elas têm usado a moda como
seu espaço de trabalho, passando por cima de regras sobre cabelo ou “cores que
combinam com seu tom de pele”, e sem pedir licença. Solange Knowles
Para
elas não precisa ter corpo, cor, nem cabelo de modelo para ter seu lugar no
mercado da moda, elas desfilam, inspiram e também comandam! E é claro que tanto
poder assim merece uma lista de inspiração. Karoline Gomes .
TK Wonder e Cipriana Quann
TK Wonder e Cipriana Quan são nascidas no Brooklyn, Nova York, Estados Unidos e ficaram conhecidas na internet por seus estilos autênticos, que seguem tendências sem perder personalidade e referências afro em estampas e cortes. Elas servem cores vibrantes, sobriedade, ou estampas étnicas, sempre com combinações incríveis e muita atitude em todos os looks. E as meninas são ocupadas, TK é produtora musical e co-fundadora do Urban Bush Babes. Já Cipriana ganhou o título de “Vogue’s Best Dressed 2015” por causa de seu estilo pessoal.
É cantora, compositora, DJ, dançarina, atriz e modelo norte-americana. É irmã da também cantora Beyoncé.
Conhecida simplesmente por Rihanna, é uma cantora, rapper, dançarina atriz, modelo, estilista, compositora e filantropa de Barbados . Ela é diretora criativa da Puma, tem uma linha de produtos da Mac inspirados em sua beleza AND, é a primeira mulher negra a estampar uma campanha de cosméticos da marca Dior.
Magá Moura - Baiana , da Feira de Santana,
Margareth dos Santos Mouraé uma importante referência do empoderamento
negro, feminino e estético no Brasil. Com um estilo cheio de
personalidade, um esportivo misturado com peças elegantes e cores vibrantes, e
sempre de tênis.
Para quem gosta das tranças coloridas e chamativas, mas prefere manter um visual mais romântico e girlie, a Amina Mucciolo não só vende o material para as tranças em sua loja online Studio Mucci, como também te inspira com as fotos dela para divulgar mais imagens de mulheres negras com cabelo colorido – o que ela diz ser um pouco difícil de encontrar, mesmo que as madeixas de arco-íris sejam uma tendência enorme atualmente.
Blogueira de moda. Seus looks servem de inspiração para quem gosta de elegância, conforto, maturidade e sem deixar de ser sexy, porque nem precisa.
Produtora de moda. Uma das donas na marca Dresscoração. Desenvolve mini coleções a partir de garimpos de estampas e vendem roupas, brincos, colares e turbantes em feiras e encontros de empreendedores em Salvador e São Paulo. Sua presença é marcada pela beleza, seu estilo demostrado através dos turbantes e roupas .
Atriz mexicana de origem queniana. Ela ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua atuação em 12 Anos de Escravidão, e muitos outros premiadores de cinema, além do título de Mulher Mais Linda do Mundo pela People e Mulher do Ano pela Glamour Award. A resistência de Lupita diante de tantas críticas, principalmente com relação aos prêmios de beleza fez de Lupita uma mulher forte. É inspiração de vestidos de gala maravilhosos nos tapetes vermelhos e ensaios de moda deslumbrantes.
Alek Wek
Modelo é membro do U.S. Committee for Refugees' Advisory Council, ajudando a chamar atenção para a situação crítica no Sudão, bem como para a situação difícil dos refugiados em todo o mundo.
Entre as várias campanhas, destacam-se as marcas Issey Miyake, Moschino, Victoria's Secret e para as companhias de cosméticos Clinique e Revlon, assim como desfiles para estilistas como John Galliano, Donna Karan, Calvin Klein e Ermanno Scervino. Além de modelo, Wek também criou um marca de bolsas de nome "Wek 1933", à venda em lojas de departamento. O ano em questão (1933, de sua marca de bolsas) se refere ao que seu pai nasceu.
Naomi Campbell
A
modelo britânica, marcou a moda do
final dos 80 e o início dos anos 90 e praticamente ajudou a inventar o conceito
de top model, ao lado de Cindy Crawford e Linda Evangelista. Estrela de
campanhas de marcas renomadas, como Givenchy, Dolce & Gabbana e
Louis Vuitton, Naomi tem agora se dedicado mais a seu trabalho voluntário à
frente do Fashion for Relief, que busca ajudar mães e crianças
afetadas pela pobreza no Haiti.
Tyra Banks
É uma modelo e atriz norte-americana. O seu nome próprio, Tyra, significa "narciso" na língua suaíli. Desfilou em várias cidades como Paris, Milão, Nova Iorque, Londres e Tokio. Iniciou em 2005 seu trabalho na televisão, se retirando das passarelas desde então.
Tyra Banks tornou-se conhecida ao vencer o concurso de "Miss Estados Unidos", em 1995. Além do fato de ter feitos inúmeros marcos no mundo da moda.
Grace Jones
É uma modelo, cantora e atriz jamaicana radicada nos Estados
Unidos. Antes de se tornar uma modelo de sucesso em Nova
Iorque e Paris, Grace estudou teatro na Universidade de Syracuse no estado de Nova Iorque. Grace é de fato uma
vocalista altamente estilizada. Cantora contralto com extensão vocal de duas
oitavas e meia, utiliza duas formas para cantar.
A imagem masculina de Grace Jones — trajes, altura
(1.79m) e comportamento — foi uma clara influência para o
movimento power dressing dos anos 1980. Ela também
exemplificou o “flat top”, corte de cabelo bastante popular entre
afro-americanos da época, o qual ela exibiu na capa de seu primeiro álbum
non-disco, Warm Leatherette.
Ela manteve sua carreira musical em paralelo com sua carreira
de atriz, e sua atuação freqüentemente recebia mais atenção do que suas
produções musicais — exceto na Europa, onde seu perfil como artista
musical sempre foi muito mais valorizado.
Conhecida profissionalmente com
o Iman, é uma modelo, atriz e
empreendedora somali. Pioneira no campo de cosméticos étnicos, ela também é
conhecida por seu trabalho de caridade.
Emanuela de Paula
Modelo, nascida no Brasil , pernambucana , faz parte do casting da Marilyn Agency de New York e Paris, da Select Model Management em Londres e da D Management Group em Milão.
Participou de editoriais para revistas como Marie Claire, French Magazine, Allure, Elle Acessories, Vogue, Glamour, Criativa, Giant Magazine e outras. Entrou para a história da revista Vogue no Brasil ao se tornar a primeira negra a estampar a capa da publicação.
JOURDAN DUNN
Jourdan foi eleita modelo do ano no British Fashion Awards, em 2008, e posou para campanhas de grifes como Yves Saint Laurent, Tommy Hilfiger e Burberry. Foi clicada pelo fotógrafo Mario Testino ao lado de Naomi Campbell, justamente de quem é apontada como sucessora.
Mahany Pery
Modelo brasileira, foi apontada pela Vogue como uma das modelos brasileiras mais promissoras da nova geração. Modelo carimbada nas principais passarelas do país. Nascida em São Gonzalo. desfilou para grifes brasileiras como Alexandre Herchcovitch, Osklen, Lenny Niemeyer e Vitorino Campos.
É uma das mais requisitadas do mercado nacional, mesmo sendo um mercado dominado por modelos brancas! Já fez campanhas grandes como para o Shopping JK Iguatemi, revista Elle, e em sua primeira temporada em NY abriu e fechou o desfile de Diane Von Furstenberg!
Ana Bela Santos
Belíssima, tem anos de carreira, ela já foi o rosto de campanha para a marca de cosméticos MAC, além de campanha para M. Officer, temporadas de SPFW, e editoriais de revistas para Marie Claire e Elle, entre outras. Muitas fotos maravilhosas, foi bem difícil escolher apenas essas três!
A beleza rara de Khoudia Diop, a modelo senegalesa ficou famosa ao posar para a campanha "The Colored Girl: Rebirth" ("O Renascimento da Mulher Negra"), conta que precisou de muita força para lidar com o preconceito sofrido . Ganhou o apelido de Deusa da Melanina. Em entrevista ao EGO, conta que seu tom de pele é muito comum no Oeste da África. "Não sou a única que tem essa cor na minha família. Vejo como algo natural e não raro.
Fontes Ovelha /Metropolis /Glamour/ MarieClaire/Vogue/The Gloss/Wonderland
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