quarta-feira, 22 de abril de 2020

Mulheres negras na ponta da estratégia para ocupar postos de servilismo


por Mônica Aguiar 

As barreiras de acesso aos direitos fundamentais impõem as mulheres negras a grande maioria da população, situação de pobreza e de extrema pobreza, chefiando a maioria dos lares, com piores salários e residindo longe dos grandes centros. Implicando o enfraquecimento sistemático dos direitos.

Limitadas em atividades subalternas em diferentes lugares, permanecem invisibilizadas, longe dos olhos e da sociedade branca, para que ninguém se importe com sua existência e sobrevivência.

O poço, o foço da base da pirâmide social.  

A coisificação, objetivação, hirpersexualização, estereótipos negativos, subalternização, restrições, violências, privações de direitos, interiorização e segregação são algumas das centenas de assimetrias historicamente apontadas pelo movimentos de mulheres negras. Impedem o exercício da cidadania.

Os números por mais que tenham alterações positivas em percentuais, não refletem a realizada da maioria da população negra. Por mais que pareça arcaico a chamada feminização da pobreza, neste momento de grandes transições políticas que interferem no papel da condução administrativa no Brasil, deixa de ser subjetivo e transparecem  outros papeis da mulher negra na sociedade.  

A cultura milenar patriarcal e o racismo se tornam peças fundamentais para implementação deste programa neoconservador em vigência no Brasil. 
O Estado em pleno século 21 abdica de suas responsabilidades para com seus cidadãos, deixando as obrigações recaírem -majoritariamente- sobre as mulheres.

A subordinação, servilismo, aculturação e individualização se fortalecem nas relações de trabalho e renda, ampliando com naturalidade nas relações entre a sociedade.

As políticas públicas para mulheres e reconhecimento do Estado em combater as desigualdades sociorraciais, deixam de ser desenvolvidas para dar espaço a fragmentação e ações pontais descontextualizadas da realidade das mulheres.

Recusam em reconhecer os avanços das mulheres neste novo modelo  de organização familiar monoparentais - encabeçadas principalmente por mulheres negras.

As reafirmações de valores morais como políticas deste atual Governo, com relação as interpretações e leitura de lares uniparental , formalizam práticas do Estado nas novas dinâmicas culturais e sociais, recondicionando mulheres ao servilismo, segregação com sobreposições de tarefas.

A redução da pobreza nos países progressistas se relaciona diretamente com a implementação de várias políticas de redução da pobreza com uma perspectiva clara de gênero. 

O que se tem com a perda da política de gênero é a elevação de números de miseráveis, desempregadas e desalentadas em todo o Brasil. 

A pobreza, fome, miséria, a falta de acesso à justiça, a  falta de oportunidades estão presentes nos lares chefiados por mulheres negras. A intenção e indução ao servilismo não é uma prática individual. É estratégia política para este modelo de sociedade que o atual Governo acreditam ser o viável .   

Mônica Aguiar 


Fontes e referências:

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