por Mônica Aguiar
As barreiras de acesso aos direitos fundamentais impõem as mulheres negras a grande
maioria da população, situação de pobreza e de extrema
pobreza, chefiando a maioria dos lares, com piores salários e residindo longe
dos grandes centros. Implicando o enfraquecimento sistemático dos direitos.
Limitadas em atividades subalternas em diferentes lugares, permanecem
invisibilizadas, longe dos olhos e da sociedade branca, para que ninguém se
importe com sua existência e sobrevivência.
O poço, o foço da base da pirâmide social.
A coisificação, objetivação, hirpersexualização, estereótipos
negativos, subalternização, restrições, violências, privações de direitos, interiorização
e segregação são algumas das centenas de assimetrias historicamente apontadas pelo movimentos de mulheres negras. Impedem o exercício da cidadania.
Os números por mais que tenham alterações positivas em percentuais,
não refletem a realizada da maioria da população negra. Por mais que pareça arcaico
a chamada feminização da pobreza, neste momento de grandes transições políticas que interferem no papel da condução administrativa no Brasil, deixa de ser subjetivo
e transparecem outros papeis da mulher negra na sociedade.
A cultura milenar patriarcal e o racismo se tornam peças
fundamentais para implementação deste programa neoconservador em vigência no
Brasil.
O Estado em pleno século 21 abdica de suas responsabilidades para com
seus cidadãos, deixando as obrigações recaírem -majoritariamente- sobre as
mulheres.
A subordinação, servilismo, aculturação e individualização se
fortalecem nas relações de trabalho e renda, ampliando com naturalidade nas relações entre a sociedade.
As políticas públicas para mulheres e reconhecimento do
Estado em combater as desigualdades sociorraciais, deixam de ser desenvolvidas
para dar espaço a fragmentação e ações pontais descontextualizadas da
realidade das mulheres.
Recusam em reconhecer os avanços das mulheres
neste novo modelo de organização familiar monoparentais - encabeçadas
principalmente por mulheres negras.
As reafirmações de valores morais como políticas deste atual Governo,
com relação as interpretações e leitura de lares uniparental ,
formalizam práticas do Estado nas novas dinâmicas culturais e sociais, recondicionando
mulheres ao servilismo, segregação com sobreposições de tarefas.
A redução da pobreza nos países progressistas se
relaciona diretamente com a implementação de várias políticas de redução da
pobreza com uma perspectiva clara de gênero.
O que se tem com a perda da política
de gênero é a elevação de números de miseráveis, desempregadas e desalentadas
em todo o Brasil.
A pobreza, fome, miséria, a falta de acesso à justiça, a falta
de oportunidades estão presentes nos lares chefiados por mulheres negras. A intenção e indução ao servilismo não é uma prática individual.
É estratégia política para este modelo de sociedade que o atual Governo acreditam ser o viável .
Mônica Aguiar |
Fontes e referências:
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