Um símbolo do feminismo, uma voz que traz as lutas das mulheres e as características de Moçambique através de palavras. Esta é Paulina Chiziane, nascida em 1955 na província de Gaza, no sul de Moçambique, e reconhecida como uma das maiores escritoras do país, tendo sido a primeira moçambicana a publicar um livro, o romance “Balada de Amor ao Vento”, em 1990.
A escrita de Paulina é intensa e os temas suscitam o debate. Os direitos das mulheres, como neste primeiro romance publicado pela escritora, assim como o racismo e a guerra civil moçambicana são alguns dos temas abordados em seus livros. Além disso, é possível perceber em sua escrita uma forte influência do que Paulina já vivenciou.
Paulina aprendeu a língua portuguesa depois de se mudar para Maputo, pois em sua província se falava o chope e ronga, línguas locais. Foi na capital moçambicana que Paulina fez parte da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na luta pela independência do país. Após deixar a política, em 1984, Paulina iniciou a escrita de contos, que já transmitiam mensagens de luta, esperança, com mostras do que é a realidade moçambicana.
Condecorada no início do mês de fevereiro pelo Estado Português, ao lado do escritor também moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, Paulina tem sua importância frequentemente destacada. Na época o então presidente Cavaco Silva frisou a importância do reconhecimento e da contribuição dos dois escritores na divulgação da literatura e cultura de Moçambique.
Em outubro de 2017, Paulina participou da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) na Bahia . As vozes da máxima potência de Paulina Chiziane e Elisa Lucinda ressoaram nos corações presentes no Claustro do Convento do Carmo.
“Ser mulher e ser artista. A potência das palavras de uma mulher, negra ou branca, é capaz de construir novos mundos, muito mais humanidade. Eu própria sou o produto dessa potência que a palavra tem. Tenho certeza de que quando sair daqui serei mais humana, e mais melhor, como se diz em Moçambique. Ser mulher é isso, quebrar fronteiras, conciliar cozinha e computador. É construir uma identidade mais humana a partir da palavra”, definiu a escritora moçambicana Paulina Chiziane.
A escritora moçambicana Paulina Chiziane foi uma das convidadas para os debates "Encontro Movimentos Negros e Literatura: Moçambique e Brasil em Diálogono", ocorrido no Centro Cultural Municipal José Bonifácio, no Rio de Janeiro, em março deste ano, (09).
Paulina Chiziane apresenta-se frequentemente como contadora de histórias. Em uma das entrevistas realizadas no Brasil , uma das frases que marcaram
“O sonho da construção do ser humano passa pela escrita”.
(Paulina Chiziane)
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