Uma pesquisa realizada pela pela Énois | Inteligência Jovem, em parceria com os institutos Vladimir Herzog e Patrícia Galvão, com mais de 2.300 mulheres de 14 a 24 anos, das classes C, D e E buscou entender como a violência contra a mulher e o machismo atingem.
Os números mostram que 74% das entrevistadas afirmam ter recebido um tratamento diferente em sua criação, por serem mulheres; 90% dizem que deixaram de fazer alguma coisa por medo da violência, como usar determinadas roupas e frequentar espaços públicos; e 77% acham que o machismo afetou seu desenvolvimento.
Além da educação familiar, outro fator importante na criação e reprodução de estereótipos femininos é a mídia. Se no dia a dia a mulher ideal é “casta”, tem poucos parceiros ao longo da vida e “se dá o respeito”, na mídia seu corpo é objetificado e hiperssexualizado. 86% das entrevistadas afirmam não se sentirem representadas na mídia e os motivos são os mais diversos. “O que mais incomoda são as propagandas que usam o corpo da mulher pra vender um produto. Um clássico, claro, são as de cerveja”, afirma uma universitária de São Paulo.
A estereotipação não se limita ao corpo: “[Na mídia,] a mulher está sempre como a que gosta de casar, ter filhos, cuidar da casa, faz ‘coisas de mulher’. É a que não entende de ciências exatas e não sabe trocar uma lâmpada”, afirma jovem de São Paulo. “Todas brancas são ricas. Pobre e/ou negra é a empregada”, comenta uma jovem de 21 anos, sobre o racismo na dramaturgia televisiva. Alimenta-se, então, um ideal de cor, cabelo e corpo que implicam um enorme sacrifício por parte das mulheres e problemas de autoestima.
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