Uma pequena casa, localizada na Ladeira do Ferrão, nº 6, que dá acesso do Pelourinho para a Baixa dos Sapateiros, no Centro Histórico de Salvador, será transformada no Centro de Referência Odé Kayodê, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), órgão vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), em homenagem à Mãe Stella de Oxossi – Yalorixá do Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá.
"A ideia é comemorar os 90 anos de Mãe Stella, completados em maio deste ano, celebrar a história do candomblé na Bahia e suas raízes africanas", explicou o diretor geral do Ipac, João Carlos de Oliveira. Ele informou que Mãe Stella nasceu nesta casa em 2 de maio de 1925 e que o centro a ser implantado nesse imóvel vai reverenciar a memória das principais yalorixás baianas. "A proposta é que o Centro de Referência tenha caráter multidisciplinar e multimídia, abrigando produções científicas, acadêmicas, audiovisuais e sonoras", relatou o diretor.
A equipe técnica do Instituto já está realizando vistoria na casa, levantando suas condições físicas e possibilidades para a implantação do Centro. "Estivemos no imóvel com a diretora de Preservação do Patrimônio do Ipac, arquiteta Etelvina Rebouças, os técnicos Nonato e Antônio Luiz e o fotógrafo Lázaro Menezes. O próximo passo são levantamentos prediais, projetos arquitetônicos, elétrico e hidráulico", disse o gerente de Patrimônio Imaterial do Instituto, Roberto Pellegrino.
O Centro de Referência Odé Kayodê poderá mostrar a história de vida, lutas, conquistas e dedicação ao candomblé de Yalorixás baianas, como Mãe Aninha do Afonjá, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Senhora também do Afonjá, Mãe Olga do Alaketu, Mãe Mirinha do Portão, dentre outras. O acervo bibliográfico e imagético do novo espaço contará com o Centro de Documentação e Memória (Cedom) do Ipac, localizado em uma grande casa colonial próxima, na Rua Gregório de Mattos, nº 29, também no Pelourinho.
Museu
O Ipac já tinha participado de outra ação com o Ilê Axé Opô Afonjá na criação do museu Ilê Ohum Lalai, que traduzido do yorubá para o português significa 'casa das coisas antigas'. Formado por 750 peças e criado em 1981, após visita de Mãe Stella à Nigéria, o museu do Afonjá venceu um Edital do Ipac em 2013, sendo totalmente reformado.
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