sexta-feira, 9 de maio de 2014

PL que Regulamenta Parteiras Tradicionais foi Rejeitado na Câmara de Seguridade Social e Familia

As bancadas femininas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, e o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Mulher da Universidade de Brasília promoveram nesta quinta-feira (8) mais uma edição do projeto quintas-femininas.
A cada quinze dias, elas se reúnem para debater assuntos de interesse da mulher. O encontro dessa semana foi sobre o Dia Internacional das Parteiras Tradicionais. A data é comemorada em 5 de Maio, e foi instituída em 1991 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que vê nessa prática uma forma eficiente de reduzir a mortalidade e melhorar a vida da mãe e do bebê.
Maria Luiza Dias, parteira no Amapá, começou a aprender o ofício com 19 anos, ajudando sua avó e sua mãe, que também eram parteiras. Trinta anos depois, ela conta que já realizou 221 partos e diz que só de apalpar a barriga, já consegue identificar se a mulher está grávida e com quantos meses de gestação. “Muitas vezes o próprio marido não sabe que ela está grávida. Mas ela vem até mim contar que parou de menstruar e que está sentindo uns enjoos. E quer confirmar se está grávida. Fazemos a apalpagem e dizemos se está com dois, três meses.”

Quintas femininas: debate sobre a atividade das parteiras tradicionais. Professora da UnB, Silvéria Santos
Silvéria Santos: é preciso respeitar o conhecimento da arte de partejar, que passa de geração em geração.
Para a Professora da Universidade de Brasília, Silvéria Santos, é preciso respeitar o conhecimento da arte de partejar, que passa de geração em geração. Ela enfatiza que muitos conhecimentos médicos, reconhecidos pela ciência, foram descobertos pelas parteiras. “Todo conhecimento que se tem em Ginecologia e Obstetrícia começou com a atuação das parteiras, porque eram elas que adentravam os lares, adentravam a intimidade, iam aos corpos das mulheres para conhecer, para identificar, para dar nome, para observar os fenômenos e a fisiologia do corpo das mulheres. Então a gente precisa louvar e tirar essas mulheres do anonimato.”
Estima-se que existam 60 mil parteiras no Brasil, principalmente nas comunidades mais distantes dos centros médicos e também nas periferias e centros urbanos.
Projeto na Câmara 
O projeto de lei 7531/06, que regulamenta a atividade das parteiras tradicionais, está sendo analisado na Câmara, mas foi rejeitado na Comissão de Seguridade Social e Família.


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