Em um momento marcado por intensas emoções, Terezinha Souza Barbosa, a Mãe Obá (Obá Inã), recebeu na noite de segunda-feira (01/10), a Medalha Zumbi dos Palmares, na Câmara de Vereadores de Salvador, em reconhecimento ao trabalho social que desenvolve no bairro São Caetano em Salvador. Mãe Obá é reconhecida por ter se tornado ao decorrer de sua trajetória uma das maiores referências da cultura, como bailarina do Balé Folclórico do Solar do Unhão, e da religião de matriz africana, sendo a responsável pelo terreiro Ilê Axé Obá Inã.
A Medalha Zumbi dos Palmares é concedida a pessoas, grupos ou entidades que se destacam em diversos setores da sociedade, na luta pelo combate ao racismo e a favor da cultura afrodescendente. De acordo com o vereador Moisés Rocha, proponente da iniciativa, “Mãe Obá já foi vítima de muita intolerância religiosa, mas resistiu e hoje é reconhecida pelo trabalho social. É uma referência para a comunidade e mesmo numa área de influência do tráfico de drogas ela consegue fazer com que haja respeito e convivência harmônica. Ela é uma guerreira respeitada, digna da medalha Zumbi dos Palmares”, declarou o vereador.
O secretário estadual de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio, destacou que “Mãe Obá e os terreiros, assim como o povo de santo, não permitiram que a história do povo negro fosse esquecida”. Comentou ainda sobre o prazer de estar presente nesta cerimônia que prestou homenagem a uma fonte viva de conhecimento, que tanto contribui para a sociedade.
Em um plenário lotado, a homenageada da noite ao lado dos filhos Patrícia, Luizinho, Tatiana e Elisângela, não conteve a emoção ao declarar: “Hoje é um dia de festa no meu coração, lembro como foi difícil receber esse dom, relutei bastante, não por falta de fé, mas pelo receio da responsabilidade que teria, mas não era dona de meu destino, aceitei o desafio e nunca me arrependi. Por isso, aconselho aos mais novos, nunca desistam do que acreditam, porque nada nos pertence mais que os nossos sonhos.” Após a fala, Mãe Obá, clamou pelos orixás pedindo por paz, cantou para Xangô e agradeceu ao espírito de seu Babalorixá, Valdomiro Ajagunã, pelo momento.
Fonte, texto e foto: http://www.igualdaderacial.ba.gov.br/2013/10/maeoba/
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