Pesquisa publicada na quinta-feira (17) na 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), aponta que a cada três homicídios no Brasil, duas vítimas são negras. O diretor do Ipea, Daniel Cerqueira, apresentou dados que mostram que a probabilidade do negro ser assassinado é oito porcentuais maior, mesmo comparado com indivíduos de escolaridades e classes sociais semelhantes. Para o pesquisador do Ipea, Almir de Oliveira Júnior, ser negro corresponde a participar de um grupo de risco, pois a cada três assassinatos, dois são de negros. Os dados são do artigo “Segurança Pública e Racismo Institucional”, incluso no Boletim.
“Somando-se a população residente nos 226 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, calcula-se que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os brancos”, diz o artigo.
Citado nas referências bibliográficas da pesquisa do Ipea por conta do artigo de autoria própria “Racismo Institucional: desenvolvimento social e políticas públicas de caráter afirmativo no Brasil”, o secretário estadual de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio, os dados são de conhecimento do Movimento Negro no Brasil há muitos anos. Mas ressalta a importância da pesquisa para dimensionar a realidade a nível nacional.Para o secretário, o principal desafio é reverter os dados e combater o racismo, principal consequência para a mortalidade da juventude negra. “O governo do Estado tem uma estratégia global para redução dos índices de crimes violentos letais e intencionais (CVLI), através do Pacto Pela Vida. A Sepromi tem atuado, junto com outras áreas sociais do governo, e com articulação com a Secretaria de Segurança Pública, para focar na redução de homicídios dos jovens negros. E dialoga para que esse componente racial seja observado nas ocorrências policiais”, afirmou.
Acesse pesquisa completa no site do Ipea:
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