quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Campanha 'Outubro Rosa' alerta mulheres sobre o câncer de mama

Outubro é considerado o mês oficial de combate ao câncer de mama. A campanha Outubro Rosa incentiva o autoexame e também a mamografia para ampliar as chances de diagnóstico precoce e aumentar as chances de cura. O exame é simples e salva vidas como a da auxiliar administrativo Emília Tainah Frenhe, de 29 anos. Moradora de Bauru (SP), ela descobriu nódulo durante o banho e no dia seguinte estava no consultório médico. E assim que confirmou que era mesmo câncer de mama, ela não quis esconder de ninguém. “Cade pessoa que falei, informei, era um pensamento positivo, uma oração quem vem para mim”, conta.   Emília é um exemplo de como a autoestima e a superação são importantes no tratamento da doença. Ela conta que a rotina continua quase a mesma. O bom humor está presente, as atividades esportivas continuam. Do trabalho só se afastou por causa da baixa resistência provocada pelo tratamento. O que realmente mudou foi o visual que virou moda. “Foi mãe, foi marido, até minha vó de 87 anos raspou a cabeça e amigos meus de outros países mandaram as fotos, todo mundo carequinha e fez muita diferença para mim”, ressalta. Sem nenhum caso na família, Emília não tinha informação de tratamento e chances de cura, até conhecer o grupo "Amigas do Peito" de Bauru. Formado desde 2003 por pacientes que também já passaram pelo que a auxiliar administrativa está enfrentando hoje. A ideia é incentivar outras mulheres a lutar e combater o câncer de mama.
Emília descobriu o nódulo durante o banho  (Foto: reprodução/TV Tem)
Emília descobriu o nódulo durante o banho (Foto:
reprodução/TV Tem)
No mês oficial de prevenção e combate a doença, o tema do outubro rosa deste ano é "Se toque, as poderosas se cuidam: mamografia todo ano e autoexame todo mês." O grupo que promove a campanha pelo quarto ano consecutivo, vai às ruas neste fim de semana e também na semana que vem. “Vai acontecer dia 5, a partir das 11 horas na Praça Rui Barbosa e no dia 13 de outubro, na Avenida Getúlio Vargas, onde as vamos estar orientando e fazendo e um trabalho de alerta às mulheres”, destaca a também voluntária Clara Vasconcelos.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer, a estimativa até o fim deste ano é de que quase 53 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer de mama. A doença é a que mais mata entre as mulheres no Brasil.  Por causa da seriedade o assunto está sendo tratando também na novela "Amor à Vida" da Rede Globo. O drama da personagem Silvia, interpretada pela atriz Carol Castro, mostra bem a realidade de algumas mulheres.
A doença não tem idade para aparecer e não atinge apenas quem tem casos na família. Continua sim mais presente nas mulheres acima dos 50 anos, mas um dado positivo é a queda da mortalidade com o passar do tempo por conta do exame precoce. Por isso, os cuidados são primordiais para a vida. “Mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer o exame de mamografia a cada dois anos, já as de 40 a 49 anos devem fazer o exame clínico anualmente. E as mulheres que tem histórico familiar, devem fazer a prevenção com o exame clínico, primeiramente, e a mamografia anualmente”, explica a médica oncologista Andrea Miranda Perdoná.
Voluntárias do grupo 'Amigas do Peito' ajudam mulheres diagnosticadas com câncer  (Foto: reprodução/TV Tem)Depois de várias quimioterapias, e na espera do início das radioterapias, Emília só quer tirar desta experiência o lado positivo. “Eu pude escolher, e 'agora Emília o que você vai fazer?' e podia encarar ou me entregar. Eu tenho 29 anos ainda, tinha 28 quando descobri, então não tenho nem 30 anos, eu não posso me entregar."

Mulher Negra 
De acordo com a organização internacional não-governamental Conectas – Direitos Humanos, por uma série de razões, entre as quais a questão alimentar (relacionada à quantidade de proteína ingerida), as mulheres negras têm menor predisposição para o desenvolvimento do câncer de mama. No entanto, dados de pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelam que, na última década, de 12% a 15% das mulheres negras com câncer de mama apresentaram uma média de sobrevida cinco vezes menor que as mulheres brancas. Ou seja, apesar de as mulheres negras terem menos câncer de mama, elas morrem em maior quantidade e mais precocemente quando o desenvolvem. As razões para isso estão associadas não só às condições de vida, mas principalmente à dificuldade de acesso a serviços de saúde de boa qualidade.

O câncer de mama é o tipo de tumor maligno mais comum entre as mulheres e também o que mais leva à morte. O de colo de útero é o segundo. Os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que 12.705 pacientes perderam a vida por causa da doença, em 2010. A estimativa é que 52 mil casos sejam diagnosticados em 2012, em todo o país.


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