Por Mônica Aguiar
O micromachismo e microviolência como vem sendo chamado nesta década é uma série de comportamentos que se manifestam através de discriminações e são muito sutis. Acontecem todos os dias, até mesmo nos ambientes mais progressistas.
Comportamentos que subjugam e
desrespeitam as mulheres. Interrompimentos, risadas e olhares desfaçadas de deboche
quando uma mulher fala; comportamentos que subjugam, promovem objetificação da
mulher na publicidade, comportamentos e afirmações elogiáveis nas tarefas de casa e ao desempenhar funções servis.
Depreciação e desqualificação da linha de pensamento da mulher sempre em tom meigo.
Utilização de adjetivos referentes a beleza para qualificar potencialmente uma mulher.
Termos pejorativos
para limitar a postura, posição e o grau de conhecimento e conduta de uma mulher.
Tudo junto e misturado, condiciona
as mulheres as mais variadas formas de violências. Praticas dissimuladas e muito sutis.
Estas discriminações que podem acorrer
em ambientes públicos ou não, são perpetuadas de tal forma que fazem parte do
quotidiano da sociedade.
É muito comum uma mulher achar que
determinado comportamento ou fala de um homem não é nada demais, não teve a intenção de
depreciação e, ou são, simples circunstâncias que acontecem inocuamente, ou
seja, sem qualquer intenção lesiva.
Mas de fato são práticas do
machismo cotidiano que as mulheres estão sempre submetidas.
Durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), na CPI da Pandemia, a Senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao questionar a
atuação da CGU na fiscalização de negociações sobre compras de vacinas, foi chamada
de descontrolada pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner.
Formato de atitude naturalizado principalmente entre os homens
que não suportam ser questionados por uma mulher, mesmo que esta mulher esteja
ocupando um cargo igualmente de poder.
As divergências e questionamentos postulados por uma mulher quando
não aceitos, sempre são sucedidas com denominações de: louca, histérica, exaltada. Isto entre tantos outros
predicados naturalizados que desqualificam o conhecimento técnico, científico,
político e social da mulher, tem como objetivo central a manutenção do domínio
sobre a situação posta e sobre o corpo da mulher.
Tais violências sempre foram silenciadas por milhares de mulheres para não provocar desconforto entre as pessoas que circulam entre seu meio.
Um círculo de violência que se tornou naturalizado e que formata e sustenta a sociedade
patriarcal e racista.
O silêncio sempre esteve presente na vida das mulheres. Para
muitas, a única arma utilizada para evitar que tais violências não possam se transformem em algum tipo de violência física.
Não é fácil !
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