por Mônica Aguiar
Nesta quarta-feira, 7
de abril, é comemorado o Dia do Jornalista. Entretanto, diante da tragédia
cotidiana que se desenrola há pouco mais de um ano, não há muito o que
celebrar. Especialmente quando se tem dados que comprovam que os efeitos da
pandemia de Covid-19 são mais letais para os jornalistas brasileiros.
O mais assustador é que no primeiro trimestre de 2021, os efeitos desta doença foram ainda mais devastadores. Apenas nos três primeiros meses deste ano, 86 casos fatais foram registrados. Um aumento, até agora, de 8,9% de mortes em comparação com 2020.
Foram 169 mortes registradas de abril de 2020 a março de 2021, superando o Peru, que registra pouco menos de 140 mortes.
“Refletir sobre a
profissão de jornalista diante dos novos cenários políticos, sociais e
culturais é, sobretudo, pensar a sociedade contemporânea no exercício da
democracia. (Raissa Nascimento)”.
Vários dados são
lançados anualmente com relação as dificuldades dos jornalistas em exercer sua
profissão com segurança, respeito, livre das violações de direitos humanos e do
racismo.
Mundialmente o número
de jornalistas assassinados em retaliação por seu trabalho mais do que dobrou
em 2020.
Se faz necessário
neste dia, refletir também sobre o que a sociedade jornalística tem feito e o que é necessário para mudar
nas redações ou nas assessorias de comunicação dentre outros, o
conceito de naturalização da invisibilidade do negros e negras nas TVs.
Qual o olhar, atenção estar sendo dada aos questionamentos realizados por jornalistas negros e negras que não tem as mesmas oportunidades que demais colegas, sem entrar nas narrativas preconceituosas
de vitimização?
O que tem estar sendo
feito para diminuir as agressões verbais, os estereótipos, a violência racial que
as profissionais sofrem e, qual a resposta estar sendo construída para mudar o nível
de violências sofrida nas redes sociais?
Não podemos negar que
ouve avanços significativos, mudanças de comportamentos e conceitos, mas ainda precisamos lembrar em todo momento das desigualdades
existentes, para que portas sejam abertas.
Neste período de pandemia,
milhares de profissionais tem se tornado alvos dos ataques daqueles que não
respeitam a democracia e são negacionistas.
Com as restrições, novos movimentos surgem para respeitar regras estabelecidas pelas
autoridades locais, constituindo uma nova formula de agir e atuar como repórteres, radialistas, jornalistas,
fotojornalistas, comunicadores sociais para realização do trabalho. Exige-se muito mais
dedicação e muito mais tempo lingado, ampliando consideravelmente a jornada
de trabalho.
Para as mulheres que são
64% da categoria, a dupla jornada de trabalho se torna direta e perversa. Muitas
que exercem a profissão não tem a mesma oportunidade que a maioria dos homens, ganham
menos, mesmo com a formação acadêmica superior.
Os homens se mantém em
ampla maioria sendo as estrelas do jornalismo brasileiro.
Como são por repetidas
vezes protagonistas, garantem acessão social e visibilidade a sua pessoa. Tornam
se ícones da história, criando veladamente uma barreira de projeção para imagem
das mulheres.
Apesar de todo o avanço
conquistado, persistem o excesso de feminização nas redações. Digo que neste
período de COVID, que surge uma fórmula invisível que induz naturalmente as mulher
a cumprir papeis de “prestadoras de serviços”, construção de representações também
opressiva.
Ainda hoje, é muito
pequena a representatividade de mulheres negras que atuam como profissionais de
imprensa, principalmente na Televisão Brasileira. A composição étnica no
jornalismo, não expressa a realidade.
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