O ato realizado na última terça-feira, 13, foi organizado pelo Movimento Leonina Leonor é Nossa formado por lideranças de Venda Nova. Durante o ato as manifestantes com estandartes e faixas buscaram chamar a atenção de quem passava pelo local falando sobre a maternidade e distribuindo um manifesto com informações sobre o serviço, elaborado pelo grupo de Venda Nova que criou o movimento.
O Movimento Leonina Leonor une-se às diversas vozes de mulheres e coletivos que acreditam que a abertura da maternidade trará benefícios para as gestantes e puérperas de Venda Nova e de toda Belo Horizonte e região metropolitana. Principalmente neste contexto da pandemia, em que o Brasil ocupa o primeiro lugar em número de mortes maternas devido ao contágio pelo Coronavírus.
Atualmente, Belo Horizonte possui sete maternidades, mas cinco delas funcionam dentro de hospitais gerais, o que contribui para um aumento real no risco de contaminação das gestantes/puérperas. Apenas duas maternidades têm prédios próprios, como a Sofia Feldman e a Maternidade Odete Valadares administrada pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG).
Projetada e construída dentro das normas técnicas e dos parâmetros do Ministério da Saúde e da Vigilância Sanitária, a Maternidade Leonina Leonor vai oferecer às mulheres atenção humanizada e digna no momento do parto. A estrutura localizada no mesmo terreno da UPA Venda Nova possui sete suítes individuais, especialmente, construídas para partos, sendo seis delas com banheiras. Uma ambiência adequada para receber as usuárias do SUS com dignidade, respeito e o conforto que elas e seus bebês e famílias merecem.
A ativista e uma das membras do Movimento Leonina Leonor é Nossa, Mônica Aguiar, lembra que a atividade cumpriu com seu propósito. " Nossa missão foi chamar a atenção das pessoas de Venda Nova sobre a existência da Maternidade Leonina Leonor e falar do fato dela estar fechada construída a mais de 10 anos e continua fechada".
Com o manifesto em mãos, ela afirma que "o funcionamento da maternidade é importante para desafogar a demanda existente e acabar com a peregrinação das gestantes por uma vaga, o que aumenta as chances delas parir em vias públicas ou mesmo em locais públicos. O que as mulheres querem é um local seguro, aqui em Venda Nova, para terem seus bebês por meio de uma unidade que ofereça o parto humanizado."
De acordo com dados do Movimento apenas 30 % das gestantes de Venda Nova são atendidas na região. As 70% restantes são encaminhadas para maternidades de outras regiões da Capital .
PROPOSTA NÃO RESPEITADA
O Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) reitera seu apoio a essa causa porque entende que a abertura e o pleno funcionamento da Maternidade Leonina Leonor é um reforço importante e necessário na rede SUSBH, no que se refere ao atendimento às gestantes e à saúde da mulher de forma ampla. O CMSBH ainda lembra que a abertura da Maternidade foi uma das propostas mais votadas da 14ª Conferência Municipal de Saúde realizada em junho de 2017, e consta no Plano Municipal de Saúde e em vários instrumentos de gestão do SUSBH. A sua não execução demonstra um desrespeito do Poder Executivo com a vontade manifestada pela população.
Sendo assim, o CMSBH mantém o tema da abertura da maternidade nas discussões da reunião semanal da Comissão Interinstitucional de Saúde da Mulher (Cisam) com o objetivo de subsidiar as conselheiras, conselheiros de saúde e demais participantes com informações e dados para mostrar e cobrar do Executivo Municipal e da Secretaria Municipal de Saúde da Capital a importância do funcionamento do equipamento.
O ato foi realizado respeitando todas as recomendações para evitar a transmissão do novo Coronavírus.
Fotos: Movimento Leonina Leonor é Nossa
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