por Mônica Aguiar
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São inúmeros esforços para visibilizar as desigualdades sociais e raciais
sofridas pelas mulheres negras no Brasil e no mundo.
Pautar de forma objetiva e sem
recortes fatos que transcorrem na vida cotidiana, da história à sobrevivência, do exercício da cidadania à liberdade.
A mulher negra é imprescindível e dá significado à
luta e aos esforços do movimento negro, que busca atingir a igualdade racial e
conquistar os direitos que ainda faltam. Por isso, acompanhar e exaltar os esforços
realizados por essas mulheres para atingir a ascensão do negro, é de extrema
importância. (trechos Geledés)
Mas qual o lugar destinado as mulheres negras
brasileiras?
Neste momento político em que vivemos, com a disseminação do
autoritarismo, do racismo, reafirmações machistas, preconceituosas por parte do Governo e
parcela da sociedade, é preciso que ajudemos no processo de conscientização das
práticas racistas e das mazelas adotadas do período
escravagista que impedem a inclusão socioeconômica, igualitária e plural da
população negra .
Não se trata de escolha partidária ou uma posição
ideológica, mas da conscientização do papel das negras e negros na
sociedade brasileira.
O respeito as lutas, trajetórias e conquistas obtidas ao
combater o racismo e as práticas estruturais que condenam e criminalizam
milhares de pessoas não caracterizam tomadas de posições ideológicas. Muito
pelo contrário.
Dezenas de conquistas nas políticas públicas, o reconhecimento e obrigação por parte do Estado em reparar danos estão sendo sistematicamente retrocedidas.
Este tipo de prática é ideológica, pois são precedidas da banalização e descumprimentos das Leis, tratados e convenções .
Paralelamente conquistas que garantem acesso, oportunidade e igualdade estão sendo descartadas.
Dezenas de conquistas nas políticas públicas, o reconhecimento e obrigação por parte do Estado em reparar danos estão sendo sistematicamente retrocedidas.
Este tipo de prática é ideológica, pois são precedidas da banalização e descumprimentos das Leis, tratados e convenções .
Paralelamente conquistas que garantem acesso, oportunidade e igualdade estão sendo descartadas.
A Carta das Nações Unidas (ONU, 1945); Convenção sobre Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (1979);
Convenção sobre os Direitos das Crianças (1989); Convenção Contra a Tortura e
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes; a Convenção
Internacional sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e seus
Familiares (1990) e Convenção nº 111 relativa à Discriminação em
matéria de Emprego e Ocupação (OIT, 1958); a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial; A Convenção nº 169 da OIT (2009) refere-se aos direitos
de povos indígenas e tribais; A recente Convenção sobre Trabalho Decente para
as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos (nº 189) ; A Convenção da UNESCO
que trata das diretrizes e ações no âmbito científico e educacional com
vistas à eliminação do preconceito racial;
A Resolução nº 134/1960, pois condena o colonialismo, assim como todas
as formas de segregação e de discriminação associadas à colonização, e não
admite qualquer doutrina de diferenciação ou de superioridade racial,
considerando-as cientificamente falsas. ....... (trechos IPEA)
O ano de 2011, foi definido pela Organização das
Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional dos Afrodescendentes. Considerando
as práticas adotadas pelo Governo Federal à exemplo do Presidente da Fundação Palmares, com relação ao regime internacional de combate à discriminação racial estamos, vivenciando,
retrocessos nas normas internacionais que já traduzem milhares
de seres humanos na condição de miseráveis no Brasil.
Se as normas internacionais fazem parte do sistema especial
de proteção de direitos humanos, porque estão sendo desmanteladas por parte de atuais
Governantes do Estado Brasileiro?
É porque não acreditam que exista racismo?
Ou
não nós distinguem como humanos dotados de direitos?
Desde 1960, a dinâmica de combate ao racismo e à
discriminação racial foi especialmente impulsionada pelos movimentos negros em
todos seguimentos e setores no Brasil e parte do mundo, e as mulheres negras sempre
estiveram presentes em centenas de frentes de luta e na organização de todas as mulheres.
As mulheres negras constituem forças política
e resistência contra o autoritarismo, violências, segregações sociais e econômicas.
Sempre em prol da democracia por uma sociedade justa e igualitária.
Por entender também que oportunidade, acesso e aprendizagem
fazem parte do processo de amadurecimento do papel político, as mulheres negras
tem produzido belíssimas literaturas, textos e documentários no mundo.
Registros de nossa história!
“Quando se tratam de mulheres negras, as
experiências coletivas regem as trajetórias desde a vinda forçada para o
Brasil; a resistência e luta pela liberdade, e quando livres, ainda padecem do
racismo persistente na sociedade brasileira”.
Eu Mônica Aguiar, cito, apenas alguns, dos centenas
de documentários existentes, valorosos neste processo de conhecimento do papel político
de cada cidadã e cidadão negro.
O
documentário “Estamos Aqui”, que traz vivências
das mulheres negras de Poços de Caldas (MG), O filme aborda uma visão
social, cultural e histórica sobre as experiências de mulheres negras, com três
universos e simbologias diferentes acerca do tema. Além disso, são apontadas as
formas com que cada mulher lida com suas vivências, através da dança, da música
e da fé.
O
documentário O peso da base – Uma história de mulheres negras,
de Maressa Monteiro e Paula Santiago. O vídeo traz depoimentos de mulheres
negras sobre suas vivências e como elas enfrentam o preconceito e o racismo em
seus cotidianos. (Espirito Santo)
O
documentário “Mulheres Negras: Projeto de Mundo”,
nove vozes femininas negras são apresentadas de maneira suave e
potente. Em seus depoimentos, cada mulher fala da sua experiência de
sobrevivência calcada em sua raça, gênero, classe e desvendam o que significa
habitar em pele negra. Dirigido pela feminista negra, Day Rodrigues em parceria
com Lucas Ogasawara, o documentário conta com depoimentos de Djamila Ribeiro,
Ana Paula Correia, Aldenir Dida Dias, Preta Rara e Nenesurreal, Francinete
Loiola, Luana Hansen, Monique Evelle e Andreia Alves.
O
documentário Aída – Uma mulher de garra, retrata a vida
da atleta brasileira Aída dos Santos. Ela participou dos Jogos Olímpicos de
Tóquio de 1964 e foi a única mulher negra da delegação brasileira. Ela fez isso
sem patrocínio e apoio da Federação. Além disso, viajou sem técnico e sem
intérprete.
O
documentário Quatro meninas – Uma História Real (4 Little Girls),
a produção mostra um dos piores crimes envolvendo racismo na história dos
Estados Unidos: durante o ápice dos movimentos dos direitos civis, uma bomba
explode em uma igreja do Alabama e mata quatro meninas negras.
O
documentário What Happened, Miss Simone?, exibe a trajetória da
cantora, pianista e ativista Nina Simone, que atuou juntamente a Malcom X,
Martin Luther King e Rosa Parks. No filme também há um arquivo de imagens
inéditas.
O
documentário My name is now, Elza Soares, conta a história de
vida da icônica cantora e atriz Elza Soares. Cara a cara, diante do espelho,
nos desafia, numa saga que ultrapassa o tempo, explosões, pedreiras, lama,
preconceitos, perseguições, perdas. Mas ela é dura na queda, num rito, nua e
crua, ao mesmo tempo frágil e forte, real e sobrenatural, como uma fênix
transcende em música e canta gloriosa.
O documentário Libertem Angela,
evidencia a vida de Ângela Davis, uma jovem negra e professora universitária,
nascida no Alabama. Ela é conhecida por defender os direitos humanos e atuar no
movimento negro. Nos anos 70, ela entra para a lista de procurados pelo FBI e a
mulher mais procurada dos Estados Unidos.
O documentário Kbela,
Curta brasileiro que fala sobre a resistência das mulheres negras, o uso do
cabelo natural e o processo de embranquecimento.
O documentário Cores Pretas, o sobre empoderamento da mulher Negra, em Campos,
no Norte Fluminense assinado pela jornalista Stella Tó Freitas, foi produzido a
partir de perspectivas de cinco mulheres negras. As personagens contam suas
vivências e enfrentamento ao racismo desde a infância até a vida adulta.
O
Documentário Vidas de Carolina, contemplado pela
sétima edição prêmio Criando Asas, conta a história de duas mulheres que sobrevivem
da coleta de resíduos recicláveis. Foi inspirado na vida da inusitada catadora
de lixo e escritora da década de 40 Carolina Maria de Jesus. Relatos de
familiares da escritora e trechos do livro "Quarto de Despejo"
conectam as três histórias.
O
documentário CULTNE DOC - Mulher Negra - Thereza Santos Enugbarijô
registrou entrevistas históricas em São Paulo no ano de 1985. Na oportunidade,
Ras Adauto, Vik e Amauri Pereira entrevistaram personagens importantes da
cultura negra brasileira, entre elas os membros da Frente Negra Brasileira e a
militante Thereza Santos mulher negra, nascida no Rio de Janeiro em 1930,
teatróloga, atriz, professora, filósofa, carnavalesca e militante pelas causas
dos povos africanos da diáspora e do continente, teórica da questão da mulher
negra.
Documentário especial “Trabalho
doméstico, Trabalho decente", este especial
retrata a realidade de trabalhadoras domésticas negras e indígenas do Brasil,
Bolívia, Guatemala e Paraguai na busca por direitos, respeito e dignidade. O
documentário visibiliza oportunidades e desafios dos países para a promoção dos
direitos econômicos e do empoderamento das mulheres.
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