quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

OAB solicita à OEA audiência sobre violências contra as mulheres no Brasil


Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) realize uma audiência para debater o enfrentamento da violência contra a mulher e do feminicídio no Brasil.

Na petição enviada à OEA, a OAB afirma que o aumento de 4% na taxa de feminicídio no país pode ser atribuído ao "momento político conturbado" que o Brasil enfrenta, "em que muitas ideais de submissão feminina e domínio masculino são amplamente difundidas, inclusive por representantes do próprio Estado". "Quem deveria zelar e proteger a vida das mulheres não o faz, uma vez que não coíbe efetivamente a violação de direito tão fundamental", alega a OAB.

"Fato é que não combatendo a violência contra a mulher, em todos os âmbitos sociais, o poder público não está apenas violando os direitos das mulheres, como fazendo transcender o crescimento quantitativo desses crimes, situação contrária aos valores expressamente expostas na Constituição da República e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, bem como em demais dispositivos internos e internacionais, como explicitado anteriormente", acrescenta a instituição.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB acredita, portanto, que este é um tema relevante para o fortalecimento da democracia e dos direitos humanos no país. "Quando se analisa esses direitos sob o aspecto do contexto hoje vivenciado na perspectiva de desigualdade de gênero, verifica-se uma completa indiferença do Poder Público às garantias tão fundamentais", diz o documento enviado à OEA.

O pedido foi apresentado no dia (4) à OAB. O documento ainda sugere que a audiência “O Enfrentamento à violência contra a Mulher e Feminicídio no Brasil” ocorra em março, no Haiti, durante o 175º Período Ordinário de Sessões da CIDH.

AUMENTO DOS CASOS DE FEMINICÍDIO

O aumento dos casos de feminicídio registrados no Brasil tem mobilizado não só o movimento de mulheres no combate a violência contra as mulheres, mas  também poderá virar este ano , alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados. 

No requerimento pela criação da CPI do Feminicídio é baseado nas " taxas de feminicídio - homicídio causado contra a mulher pelo parceiro afetivo - no Brasil seguem elevadas e demandam além de uma mudança cultural em nossa sociedade, a intervenção do Estado para prevenir as ocorrências e punir, conforme a lei, os assassinos de mulheres".

O documento ainda explica que, segundo o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, a taxa de homicídios caiu 10% no Brasil entre 2017 e 2018. Já o número de feminicídios aumentou 4% - de 1.151 para 1.206 casos - nesse período, vitimando em sua maioria mulheres negras (61%) e de baixa escolaridade (70,7%).

As taxas de lesão corporal dolosa cometida contra a mulher também subiram, passando de 252.895 para 263.067 casos.

Ao meu ver isto demostra falta de uma política tática, específica e técnica.
Além da falta de investimento financeiro em ações de combate a violência contra as mulheres e interesse ideológico e religioso em transformar o que era desenvolvido em ações reversas. Contrariando a própria Constituição brasileira.

“O Estado brasileiro não vem agindo a garantir seus deveres firmados nacional e internacionalmente de proteger a vida e integridade das mulheres no país”.(Petição da OAB).


Fontes e trechos: congressoemfoco

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