terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Eleição de 2020 é oportunidade para Brasil eleger mais mulheres, diz Cathy Allen

“Coisas boas surgem quando começamos a prestar atenção ao que acontece quando essas mulheres começam a vencer”, diz especialista em eleger mulheres em 49 países.



By Marcella Fernandes

Brasil ocupa 152ª posição na lista de 192 países que mede a representatividade...
Brasil ocupa 152ª posição na lista de 192 países
que mede a representatividade feminina na
Câmara dos Deputados, divulgada pela Inter-Parliamentary Union.
 
Fundadora do Center for Women and Democracy (Centro para Mulheres e Democracia) e presidente do The Connections Group, em Seattle (EUA), a americana Cathy Allen aposta na geração de mulheres jovens para ampliar a participação feminina na política. Em visita ao Brasil, a especialista em eleger mulheres em 49 países defende que os partidos políticos melhorem o financiamento e o treinamento para ampliar a equidade de gênero.
“O que eu vejo é que muitas mulheres querem concorrer, mas os partidos precisam dar mais oportunidade para mulheres serem treinadas e terem suas candidaturas financiadas. Creio que há muitas oportunidades nas eleições de 2020, considerando que há tantas pessoas aqui que querem renovação política”, afirmou Allen em entrevista ao HuffPost Brasil.
As mulheres são 52% do eleitorado brasileiro, mas quando se mede a presença nos cargos de poder, os números são bem menores. Elas são 15% dos deputados federais e dos senadores e 14% dos vereadores. No Executivo, apenas um estado é governado por uma mulher e 12% dos municípios.
Esse cenário coloca o Brasil na lanterna dos rankings de presença feminina no poder. Estamos na 152ª posição na lista de 192 países que mede a representatividade feminina na Câmara dos Deputados, divulgada pela Inter-Parliamentary Union. Já entre os cargos no Executivo, ocupamos a 161ª posição na comparação entre 186 países, de acordo com o Projeto Mulheres Inspiradoras.
Na visão de Allen, há uma movimentação de novas gerações para renovar os espaços de poder. “Acredito que especialmente as jovens mulheres que tenho visto, de até 45 anos, são muito fortes, têm alta escolaridade, não parecem tímidas e com certeza estão prontas para os desafios de uma campanha. Acredito que essa nova geração tem muito mais confiança e são mais capazes de concorrer. Tenho visto muitas mulheres aqui interessadas em serem parte do grupo de pessoas que tomam as decisões”, disse.
Allen é  vice-presidente de Educação e Treinamento do National Women’s Political Caucus, uma organização que ajuda mulheres a se elegerem em diferentes níveis de governo. Ela é autora de livros e manuais sobre o tema e foi vice-presidente nacional do Comitê Político Nacional das Mulheres nos EUA e fundou o Centro para Mulheres e Democracia, em 2000, para ajudar mulheres a aprender umas com as outras – local e globalmente.
No Brasil, Allen participou do evento “Mais Mulheres na Política FGV: mesa e debate perspectivas e desafios para as próximas eleições”, promovido pela FGV (Fundação Getulio Vargas) em 22 de novembro.
Ao falar sobre o impacto da representatividade feminina na política, a especialista afirmou que é possível ver mudanças concretas no processo de aprovação de leis quando a participação das mulheres no Parlamento chega entre 15% a 20%. “Coisas boas surgem quando começamos a prestar atenção ao que acontece quando essas mulheres começam a vencer”, ressaltou.
Fonte:Huffpostbrasil

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