Por Mônica Aguiar
Ficou a cargo do ministro da Educação, Mendonça Filho, informar que o presidente em exercício Michel Temer decidiu recriar o Ministério da Cultura (Minc).
Mendonça Filho explicou, em sua conta no microblog Twitter, que a recriação do Ministério da Cultura foi feita por meio de Medida Provisória e que a posse do novo ministro seria dia (25).
A decisão de fundir pastas importantes e históricas, como o Ministério da Cultura dentro da Educação, reduzindo-a uma simples secretaria nacional, bem como Secretária Nacional das Mulheres e Seppir - Igualdade Racial, que tinham status de ministérios ao Ministério da Justiça, foi tomada com base no princípio político adotado por Michel Temer ao assumir a redução de ministérios como corte dos gastos públicos.
O corte da Cultura, contudo, foi alvo de protestos e críticas por parte da classe artística, sociedade organizada que defende a cultura, servidores do Ministério da Cultura e empresários do área, que gerou uma série de protestos. Foram 18 capitais que registraram ocupações em prédios públicos ligados ao Ministério da Cultura, além de manifestos assinados em todo Brasil por diversos setores.
No Festival de Cannes, na França, o elenco do filme brasileiro Aquarius chamou a atenção da mídia internacional após exibir cartazes no tapete vermelho alegando que o Brasil está sofrendo um golpe de Estado.
"O MinC é nosso. É uma conquista do Estado brasileiro. Não é de nenhum governo", disse Caetano Veloso, ao abrir sua apresentação.
A cantora Daniela Mercury classificaram o retorno da pasta como uma "vitória".
A Sambista, cantora, compositora e Dep. Estadual por São Paulo, leci Brandão manifestou sua indignação Lamentou em tribuna, dia (18), o retrocesso imposto ao Brasil após o golpe que afastou a presidenta Dilma e endossou a carta dos artistas em repúdio a atitude do governo interino . Ressaltou a coragem e a resistência do povo diante da situação política atual. "Eu acredito no povo consciente, acredito na juventude corajosa e na força da diversidade que ainda existe neste país", disse Leci.
Na tentativa de amenizar também as criticas de cunho internacional, por não ter nomeado nenhuma Mulheres e nem Negros em seu governo interino, fez convite a cinco mulheres para aceitar o comando da pasta da cultura, que negaram aceitar o convite : a antropóloga Cláudia Leitão, a consultora de projetos culturais Eliane Costa, a atriz Bruna Lombardi, a cantora Daniela Mercury e a jornalista e apresentadora Marília Gabriela.
Desfazendo a decisão politica equivocada nomeou então como ministro interino, o carioca Marcelo Calero .
Em conversa com líderes com partidos que apoiam o Governo interino, dia (24), afirmou que todos podem errar e que tomadas de decisões equivocadas podem ser desfeitas .
Sera?
Foi a primeira vez desde o governo ditatorial de Geisel que o Brasil ficou sem uma pasta exclusiva para a Cultura.
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