Por Mônica Aguiar
O V Seminário Estadual Mulher Negra
O objetivo do Seminário, organizado pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas, é dar visibilidade à incidência do racismo e do sexismo na vida das mulheres negras, assim como debater estratégias para a superação das desigualdades raciais. Os temas das palestras abordavam sobre os desafios na organização do Estado e na rearticulação das mulheres negras frente à nova conjuntura política e econômica.
A programação dessa edição do seminário, realizado até domingo (25/1/15), incluiu, ainda, apresentação sobre os temas: ‘O Racismo Institucional – Prejuízos para Mulher Negra’; ‘Arranjos das Mulheres Negras na Sociedade’; ‘Mulheres Negras – Desafios na Organização do Estado’; e ‘Brasil – Perspectiva na Rearticulação das Mulheres Negras’.
Posicionamento sobre a Data proposta para Marcha Nacional das Mulheres Negras 2015 .
O Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas Gerais, promoveu o debate da autonomia das mulheres negras na vida política e social .
Após caloroso debate sobre o papel da mulher negra na sociedade a partir dos referenciais históricos de desigualdades, avanços obtidos, relação existente entre homens e mulheres e mulheres negras e homens negros, o Fórum Estadual deliberou sobre a Marcha Nacional de Mulheres Negras 2015 :
- As mulheres negras responsáveis pelas organizações e articulações de Mulheres Negras no Brasil devem se manter na linha de frente da Marcha Nacional ;
- Respeito a autonomia histórica das mulheres negras que tem reagido e resistido a opressão, ao racismo, ao sexismo e machismo.
- As mulheres negras marcharão para denunciar a contínua omissão do poder público para com a população negra .
- As Mulheres Negras devem se manter com a autonomia para organizar, convidar e articular outras mulheres negras no processo organizativo da Marcha.
- A data histórica de luta para Marcha Nacional é dia 25 de julho. Dia Internacional de Luta da Mulher Negra . Não queremos assim que nossa agenda seja engolida por datas históricas do Movimento Negro Brasileiro como 20 de novembro.
- Não queremos ser mais protagonistas apenas das grandes mobilizações, mas sim do enfretamento aos posicionamentos ideológicos e políticos , bem como das mazelas do machismo e sexismo que abatem a todas mulheres , principalmente as mulheres negras.
- Sendo assim o Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas Gerais, estará realizando uma Marcha dia 31 de JULHO de 2015 , em Belo Horizonte .
A Secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo, Zélia Lima do Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas e Dalila Negreiros da SEPPIR estiveram presentes na abertura e realizaram palestras
Macaé Evaristo apontou os desafios de inserir a história afro-brasileira no currículo escolar, já que, até a homologação da lei, a produção desse conteúdo didático não estava dentro das universidades. “Ela estava dentro das nossas comunidades tradicionais, pelos militantes do movimento negro, em diferentes organizações e, muitas vezes, produzidas por professores negros que faziam esse trabalho como ações pontuais. Pensar um novo currículo que incorpore a história da população negra no nosso país é impossível de se fazer se não temos uma escola que dialogue com a comunidade. Não é possível pensar que vou construir uma proposição de ensino de história afro-brasileira e não vou reconhecer os estudantes negros que tenho dentro da minha escola e não reconhecer as diferentes identidades que perpassam a escola pública”.
A Secretária também destacou a ‘Marcha das Mulheres Negras de 2015: Contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver’, que está prevista para acontecer no decorrer deste ano, em Brasília. “Considero fundamental esse Seminário, principalmente porque, neste ano, nós estamos construindo uma marcha nacional de mulheres negras. Estamos aqui, hoje, para falar, também, da importância da participação feminina ativa na busca pela democratização da sociedade brasileira”.
Macaé Evaristo foi homenageada no final de sua palestra , pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras de Minas Gerais com uma Placa.
Nesta ficou acertado que o Fórum sentará em breve com a Secretária, para tratar das demandas de desigualdades existe no Estado com relação as comunidades quilombolas, comunidades tradicionais e implementação da 10639.
Nenhum comentário:
Postar um comentário