Nomeada em fevereiro de 2012 para chefiar a Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci foi mantida na pasta pela presidente Dilma Rousseff. Professora, ela foi pró-reitora de Extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) antes de assumir a secretaria.
Militante de esquerda nos anos 1970, Menicucci foi torturada durante a ditadura militar (1964-1985), quando ficou presa na mesma cela que a presidente Dilma Rousseff no Presídio Tiradentes, em São Paulo.
A ministra é graduada em ciências sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais, tem mestrado em sociologia pela Universidade Federal da Paraíba e doutorado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP).
Na USP, ela também obteve o título de livre docente em saúde coletiva. Fez pós-doutorado em saúde e trabalho das mulheres na Facultá de Medicina della Universitá Degli Studi Di Milano, na Itália.
Na Unifesp, foi professora titular em saúde coletiva e atuou principalmente com os temas direitos reprodutivos e sexuais, saúde integral da mulher, envelhecimento, violência de gênero, aborto, direitos humanos, autonomia, avaliação qualitativa, políticas públicas de saúde e autodeterminação.
Ao ser indicada para assumir o comando da Secretaria de Política para Mulheres em fevereiro de 2012, Eleonora afirmou, em entrevista coletiva, que o aborto “é uma questão de saúde pública”. Na ocasião, ela não falou objetivamente sobre legalização do aborto, mas disse que as mulheres não podem ter “seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados.”
“Eu já dei entrevistas, sobretudo nos anos 70, 80 e 90, quando o feminismo necessitava de marcar posições e muitas mulheres ousaram dizer até da sua vida privada. Não me arrependo, mas eu sou governo e a matéria da legalização ou descriminalização do aborto é uma matéria que não diz respeito ao Executivo, diz respeito ao Legislativo”, declarou em 2012.
Prisão na ditadura
Em diversas ocasiões ao longo de sua gestão na Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ministra Eleonora Menicucci lembrou das torturas a que foi submetida pelos militares durante o regime militar. No último dia 5, no lançamento de um site sobre o período ditatorial no país, a ministra discursou em tom emocionado ao citar a ditadura.
“Só nós que vimos sangue ser derramado, vidas serem perdidas e que tivemos as nossas vidas, os nossos corpos manchados pela ditadura, sabemos o que foi [a ditadura]”, disse.
“Naquela época, eu preferia ter morrido, tamanha é a dor da tortura física e psíquica, mas tenho alegria enorme de ter sobrevivido para contar essa história”, afirmou na ocasião.
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