"Vamos fazer da água, que é actualmente a causa de conflitos frequentes, um instrumento de paz duradoira", declarou Salahedin Youssef, ministro sudanês da Irrigação e Recursos Hídricos.
"Os longos anos de conflito e de seca fizeram da água um recurso sem preço para os habitantes de Darfur. O grande número de pessoas deslocadas devido a este facto aumentou a pressão", acrescentou o ministro.
Os organizadores do "Congresso pela água com finalidade de paz duradoira" desejam reunir fundos para financiar 65 projectos ligados à água em seis anos. Os dois assuntos abordados por vários intervenientes durante o primeiro dia deste congresso de dois dias, em Cartum, focaram, por um lado, sobre a explosão demográfica na qual Darfur foi vítima no decurso das últimas décadas e, por outro, das secas cada vez mais frequentes.
No norte de Darfur, onde confrontos sangrentos tiveram lugar entre as tropas governamentais e as forças rebeldes há apenas dez dias, regista-se as 16 piores secas que o país conheceu desde 1972.
Paralelamente, a população de Darfur passou de 1,3 milhões de habitantes no início dos anos 70 para 8,2 milhões, com o duplicar de cidadãos que consomem seis vezes mais quantidades de água por habitante do que os camponeses.
Mas a maioria da população é do tipo agro-pecuário e grande parte dos conflitos regionais originam disputas sobre a exploração dos recursos naturais.
Segundo declarações do ministro à AFP à margem da conferência, Cartum deverá participar em 65 projectos orçados em 216 milhões de dólares. A despesa global está estimada em 1,9 biliões de dólares num prazo de quatro anos.
Fonte : ANGOP
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