Por Mônica Aguiar
No momento da
reconhecida era das tecnologias digitais, início do século XXI, estamos
passando por um longo período de pandemia provocada pela COVID.
Neste contexto,
percebemos a importância do acesso à tecnologia digital para garantia das
medidas de distanciamento social. Com isto, mesmo com as variantes existentes
que dificultam o acesso à internet, muitas pessoas estão permanecendo por muito
mais tempo conectadas.
E este mecanismo
tecnológico tem também demostrado ser essencial para que toda sociedade consiga
acesos os programas sociais e as políticas públicas estabelecidas como direitos
fundamentais prescritos na Constituição brasileira.
Por um outro lado,
percebo a necessidade de construir dentro desta narrativa a ampliação do debate
sobre o aceso igualitário e universal, independente da renda, grupo social, cor
e etnia com a sociedade para além da utilização dos celulares.
A falta de aceso existente
entre a ampla maioria da sociedade brasileira por computador demostra os graus
de desigualdades socioeconômica, racial e mostra a desigualdade existente no
desenvolvimento tecnológico que envolve o uso da internet no Brasil.
Dados do CETIC.br em
2020, apontam que a metade da população tem dificuldade de acesso à internet de
banda larga com qualidade. São 46 milhões
de brasileiros sem acesso à internet. Desse total, 45% explicam que a
falta de acesso acontece porque o
serviço é muito caro e para 37% dessas pessoas, a falta do aparelho celular de boa qualidade,
computador ou tablet também é uma das razões. Mas o
grande responsável por colocar o brasileiros na rede, independente da capacidade
de inteligência é o celular. O número de brasileiros que tem acesso a um
smartphones é muito baixo.
Dos poucos que tem
aceso a uma internet de qualidade, podemos observar interações que garantem
grandes retornos.
E milhares destes
conteúdos publicados, são produções dotadas de valores morais e pessoais que se
misturam propositalmente a valores religiosos que sustentam a discriminação e
preconceitos. Em maioria qualifico como arcabouço reverso do racismo.
Estas
publicações nos trazem a reflexão para importância de fazer um diagnóstico
sobre o acesso a tecnologias, mas também como as mesmas palavras e produções
interativas voam e atingem a sociedade de forma tão
irregular.
Estes
perfis sobrevivem dentro da bolha tecnológica digital. Acreditam ser donas e
detentora de todos os saberes e, a maioria tem alto nível de escolaridade.
Nos conteúdos destas
publicações percebo que ignoram a história, livros, jornais, revistas de
leituras que tem avaliações reflexivas seja econômica, política ou social.
Mesmo sendo
acadêmicos ignoram produções científicas que contrariam suas crenças e
percepção do social. Estas pessoas que tem o raciocínio motivado estão indo
além do negacionismo.
Tenho deparado entre todo
arcabouço anti-intelectualista moderado e motivado, os mais diversos arranjos ideológicos
de dominação e de novas práticas e interpretações que extrapolam tipificações já
existente do que é o racismo.
Centenas
de páginas negras escritas e apenas uma em branco virada!
O
mundo em transformação estrema a cada minuto. Jovens e não mais tão jovens, que
se aproveitam desta denominada globalização para expor seus pensamentos
entusiastas a partir de frases prontas com imagens maquiadas e palavras
maquiavélicas.
Distorcem
conteúdos científicos, estudos sociais e teses políticas. Negam a história,
a oralidade o conhecimento ancestral. Grandes produções que ignoram o
conhecimento, a ética, a democracia, o respeito às diferenças.
Evolução
que desliga da realidade e linka a vida a um mundo particular e individualista a
cada milésimo de segundo.
Uma
cognição ampla, sem fundamentos e ética. Um abismo utilizado para negar toda e
qualquer possibilidade de percepção do que chamo de consciente humano.
Comunicação
aberta, abrem os imaginários braços das ferramentas de interações, encontro de
novos nichos, alimentam necessidades decorrentes e não atendidas no mundo cada
dia mais particularmente real.
Uma capsula virtual,
uma bolha imaginária, onde de uma maneira ou outra, tudo se pode, sem contrariar
a vontade dos soberanos que se resguarda entre aqueles que o seguem em maioria e
sustentam crises, promovendo severas desastre de ordem política, econômica,
administrativa , com novos conceitos raciais para sustentar as desigualdades
raciais.
Um novo formato de
colônia.
Fica cada dia mais notório as variantes deste instrumento de comunicação repressiva com inversões de papeis. Uma busca de poderes a todo e qualquer custo para garantir o que definem new social domain (novo domínio social).
Foto :SMT EM DEBATE DEMOCRACIA E MUNO DO TRABALHO
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