Representantes de diversos países estarão presentes em evento que acontece nos dias 20 e 21 de maio, em São Paulo. As inscrições estão encerradas, mas haverá transmissão simultânea nos dois dias do evento a partir das 10h pelo site oficial do Seminário
(Tatiana Merlino para Agência Patrícia Galvão)
Especialistas, ativistas, representantes de organismos e instituições nacionais e internacionais estarão reunidos durante o 1º Seminário Internacional Cultura da Violência Contra as Mulheres para debater questões fundamentais para o enfrentamento da violência em suas diversas formas e abordagens.
O seminário, organizado pelo Instituto Patrícia Galvão e do Instituto Vladimir Herzog, em parecia com a ONU Mulheres, Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e Fundação Ford, ocorrerá no Sesc Pinheiros, nos dias 20 e 21 de maio, em São Paulo.
“Nossa expectativa é que, ao longo dos dois dias do Seminário, realizemos um esforço coletivo de revisitar o tema da violência contra as mulheres tendo em perspectiva suas causas mais profundas e os mecanismos que constroem, disseminam e perpetuam uma cultura de desrespeito aos direitos humanos das mulheres que atravessa gerações e fronteiras geográficas e ignora diferenças de níveis de desenvolvimento socioeconômico”, aponta Jacira Vieira de Melo, diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão. “Iremos discutir a violência contra a mulher e seus aspectos culturais. Queremos fortalecer a troca de experiências e defender o direito à vida em todas as suas dimensões”, afirma Ivo Herzog, diretor do Instituto Vladimir Herzog.
Pacto global
Para a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, o seminário será uma oportunidade de desnaturalizar práticas que estão nas raízes da violência. “É mais do que discutir a violência contra as mulheres, que é um problema lamentável e uma chaga que nenhuma sociedade que pretenda ser democrática pode conviver, é olhar para a cultura, para valores enraizados”, frisa.
A representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire, avalia que o evento será ainda um momento “em que teremos a oportunidade de discutir odesequilíbrio de poder que existe entre homens e mulheres – e a violência talvez seja a evidência mais cruel desse desequilíbrio de poder”.
Nadine Gasman, Representante da ONU Mulheres no Brasil sustenta a necessidade de trabalhar com as questões determinantes da cultura da violência contra as mulheres. “Sabemos que há uma relação com a cultura patriarcal em que vivemos, mas queremos ir além da denúncia. Queremos pensar como acabar com ela. O grande desafio da humanidade é construir uma cultura de igualdade”, define. Entre os elementos para desconstruir tal cultura, ela destaca a necessidade de desnaturalizar coisas que parecem normais “nas relações, nas instituições, trabalhar com educação formal, das famílias e das comunidades”.
A Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, fará a palestra de aberturado evento.
Eixos temáticos
Buscando alcançar um pacto global de não-tolerância à perpetuação da violação dos direitos humanos das mulheres, os debates foram organizados em quatro eixos, que serão debatidos ao longo dos dois dias entre especialistas do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Costa Rica, Argentina, Inglaterra e México.
A primeira palestra, “As Perspectivas Propositivas para uma Cultura de Não Violência Contra as Mulheres”, será realizada por Lori Heise, diretora-executiva da Strive Research Consortium. Em seguida, os debates do painel 1 devem, não apenas para estimular o aprofundamento da compreensão sobre os fatores que determinam a construção e perpetuação da cultura da violência contra as mulheres, mas principalmente apresentar análises e experiências voltadas ao questionamento e desconstrução dessa cultura nos âmbitos local e global.
A segunda palestra e painel irão abordar “A Juventude e a Cultura da Violência contra as Mulheres”, buscando refletir sobre quais normas e ideais de gênero, e também sobre quais concepções de violência e direitos que circulam entre os jovens, visando, sempre, elaborar estratégias para a construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos das mulheres.
Já o terceiro eixo será sobre “O Papel da Mídia na Cultura de Violência Contra as Mulheres”. Colocará em debate o papel da mídia na construção e disseminação de estereótipos de gênero que naturalizam a violência contra as mulheres, por um lado, e ações de comunicação que contribuem com o enfrentamento da questão, por outro.
A última palestra, “Por uma Cultura de Respeito aos Direitos Humanos das Mulheres” será realizada por Tracy Robinson, presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Em seguida, o painel “Desafios para Mudar a Cultura da Violência contra as Mulheres” buscará refletir sobre como construir uma cultura de paz em toda a sociedade, considerando que a igualdade de gênero é central nesse sentido.
Na última sessão do Seminário, as pessoas e representantes das organizações presentes irão construir um pacto que sintetizará as questões apresentadas e as ações a serem tomadas para mobilizar a sociedade, sensibilizando e engajando novos atores no enfrentamento à violência contra as mulheres.
As inscrições estão encerradas, mas haverá transmissão online do Seminário no site do evento: www.scovaw.org.
Fonte: Agência Patricia Galvão
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