Pitanga e Beto Brant;
visão feminista e acolhedora
"Juntas somos mais fortes" foi a inspiração do encontro em uma rede de cinema de SP
Foi dia primeiro de abril, que 200 mulheres negras,
mobilizadas pelo grupo Negras Empoderadas, assistiram a pré-estreia do
documentário "Pitanga", ao lado do protagonista do filme,
o ator Antonio Pitanga, de 77 anos, e sua filha Camila Pitanga, que dirigiu a
obra junto com o diretor Beto Brant.
Mayara Silva /Foto face |
A sessão especial teve na sua sequência bate-papo, proposto pela feminista, atriz e estudante de cinema
Sara Negritri à advogada Mayara Silva, organizadora do grupo Negras Empoderadas. Em fevereiro, Mayara já havia organizado
uma sessão de cinema para que 300 mulheres negras assistirem
juntas o filme "Estrelas Além do Tempo", em São Paulo, e
promoverem um bate-papo sobre racismo e feminismo. Com certeza e com
articulação destas mulheres seria uma
oportunidade promover novamente a atividade.
O encontro também foi importante para contextualizar a
luta atual das mulheres com as batalhas enfrentadas pelo ator desde o início
dos anos 1960.
Sara Negritri - foto twitter |
"No começo do filme ele corta uma rede de pesca e explica
'eu cortei a rede pra gente não conseguir pegar peixe, porque quando a gente
corta a rede a comunidade toda vai sentir fome; e aí todo mundo vai gritar
junto e então sim seremos ouvidos'. É esse sentimento do nosso grupo. Estamos
todas juntas no grupo das mulheres porque precisamos gritar juntas",
disse.
"O filme mostra que é urgente a necessidade de
conscientização de igualdade no Brasil. Quantos Pitangas não podem sequer
estudar? Quantos nem chegam a fase adulta? Quantas Camilas são silenciadas e
traumatizadas? Temos muito a aprender uns com os outros. O filme mostra a
renovação da linguagem sobre o negro, entre outras conexões lindíssimas e de
extrema importância", disse Sara Negritri.
Antes da exibição do filme, foi apresentado o curta-metragem
"Sr. Peixoto" , com roteiro e participação da Sara Negritri, sobre as
relações de poder no mundo corporativo e tensões raciais.
A história se passa durante uma entrevista de emprego onde
uma mulher negra, Mariana (interpretada pela Sara), cujo currículo é
excepcional, é contestada e confrontada pela entrevistadora, visivelmente
inconformada com a situação. O curta-metragem tem um desfecho inesperado.
"Muitas mulheres negras se identificam com as questões abordadas no
filme", disse Sara.
Documentário
Com direção de Beto Brant e Camila Pitanga, PITANGA é um filme-documentário de longa-metragem que investiga o percurso estético, político e existencial do ator Antonio Pitanga que, dirigido por grandes cineastas – como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Walter Lima Jr. –, foi destaque em alguns dos momentos de maior inquietação artística do cinema brasileiro.
http://globofilmes.globo.com/filme/pitanga/
Negras Empoderadas
O grupo público no facebbok, é administrado por Mayara Silva, Alexandra Baldeh e Solange Barros, tem como objetivo proporcionar empoderamento , compartilhando os conteúdos de militância, ativismo de qualidade sobre os afrodescendentes e colocando em contato com os históricos comuns de luta mantendo arquivos compartilhados.
A principal missão é resgatar a cultura e mostrar a força das mulheres negras empoderadas.
O grupo nesta reúne advogadas, médicas, apresentadoras de TV, artistas, empresárias, executivas, empreendedoras, estudantes. Muitas delas nas atividades desenvolvidas não se conheciam pessoalmente, porém, pela internet e pelas mensagens no celular, criaram fortes laços de amizade e solidariedade.
Fontes: R7 com Juca Guimarães
Fotos: divulgação/ facebook negras empoderada
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