Por Mônica Aguiar
Uma audiência para debater a desigualdade e violência contra a mulher
negra no Brasil e apresentação do relatório com propostas para alterar leis do
País de combate ao racismo com protocolos de promoção da igualdade.
A Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (30), audiência requerida pela deputada Tia Eron (Republicanos-BA) para debater as desigualdades e violências contra as mulheres negras no Brasil. Vários militantes do Movimento Negro estiveram presentes.
No mesmo dia da audiência, foi aprovado na Câmara o Projeto de Lei 1749/15,
também de autoria da parlamentar Eron, que tipifica o crime de injúria quando
cometido em locais públicos ou locais privados abertos ao público e de uso
coletivo e atribui pena de reclusão de 2
a 5 anos e multa a quem cometer tal crime. Não será mais permitida a isenção
da pena para os acusados que se retratarem antes da sentença
condenatória.
Para a deputada federal Eron, é dever do Estado desenvolver estratégias,
ações e políticas públicas para reduzir, especialmente, o impacto da pobreza
sobre as mulheres afrodescendentes. Para isso, ela defendeu a criação de um
colegiado permanente na Câmara dos Deputados para tratar de questões raciais.
Neste processo de debates interno, a Câmara instituiu uma comissão, com 20 juristas negros em Janeiro, para rever e aperfeiçoar a legislação brasileira sobre racismo.
A comissão foi estalada para dotar o sistema jurídico de
instrumentos para combater problemas como o encarceramento em massa da
população negra, a violência das abordagens policiais e o cruzamento do racismo
com outros tipos de discriminação, como o machismo e a homofobia.
Na audiência que debateu a violência acometida contra as mulheres negras, o
Ministro do STJ reforçou que já há várias proposições legislativas em andamento
e que “Foca nos tópicos de educação para atuar no enfretamento e combater a
violência contra as mulheres negras”.
Várias avaliações foram feitas. Dos problemas de violência sofridos pelas
mulheres negras no Brasil a Major Denise Santiago, superintendente
de Prevenção à Violência da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, chamou
atenção ainda para o fato de que a pandemia afetou ainda mais as mulheres
negras, que são responsáveis por mais de 11 milhões de lares uniparentais no
país.
O Projeto de Lei 301/21, também
foi aprovado nestes 21 dias de ativismo de combate a violência contra as
mulheres . Este PL aumenta a pena dos crimes de calúnia, difamação e injúria
cometidos contra mulheres.
As duas a PLs 1749/15 e a 301/21
seguem agora para aprovação do Senado brasileiro.
Também no dia 30, em seção Solene a Comissão de juristas a entregou seu relatório final que propõem o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo estrutural e institucional no País. Entre as políticas propostas estão a renovação do período de validade das cotas nas universidades, cuja vigência se encerra em 2022, a implementação de mecanismos de avaliação perene das políticas de combate ao racismo, a criação de um protocolo de promoção da igualdade a ser cumprido por todos os órgãos da administração pública brasileira e o aumento dos recursos orçamentários para a política de combate ao racismo institucional.
Fontes: Agência Câmara, R7, site Aurea Carolina e Eron
Fotos : Sites das deputadas Aurea Carolina(PSOL/MG) e Tia Eron (Republicanos-BA)
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