segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Seu livro sobre racismo a fez primeira mulher negra britânica líder de vendas no Reino Unido . Esta é Reni Eddo-Lodge

 Por Mônica Aguiar 

“O racismo é um problema estrutural e requer uma resposta política"


 A jornalista Reni Eddo-Lodge (Londres, 31 anos), feminista negra é uma referência do movimento Black Lives Matter  e, primeira mulher negra autora britânica líder de vendas no Reino Unido.

Uma história que se repete com milhares de autoras negras do mundo.   

Reni Eddo-Lodge cujos escrituras se reúnem sobretudo no feminismo e na exposição do racismo estrutural, escreveu há três anos Por Que Eu Não Converso Mais Com Pessoas Brancas Sobre Raça, publicado no Brasil pela Letramento Editora e Livraria.

O livro publicado em 2017, subiu 155 lugares, ficando no topo da parada de brochura de não ficção do Reino Unido, ao mesmo tempo que o romance Garota, Mulher Outras de Bernardine Evaristo, liderou as paradas de ficção em brochura. O romance e Bernardine causou furor quando publicado em 2019, venceu o Booker Prize.

É a pela primeira vez que livros de mulheres negras britânicas lideraram as duas paradas ao mesmo tempo.

Em junho 2020, Eddo-Lodge,  no auge do movimento Black Lives Matter, se tornou a primeira autora negra britânica a liderar a lista de livros mais vendidos no Reino Unido.

Muitos afirmam que o aumento nas vendas ocorreu na sequência da morte de George Floyd e subsequentes protestos globais do Black Lives Matter .  

Eddo-Lodge afirmou em outra fontes que estava "consternada ... pelas trágicas circunstâncias em que essa conquista aconteceu"

Em entrevista recente (06/02/21), ao falar o para o jornal ElPaís, afirmou que:

“....não basta se convencer de que raça não importa. É preciso poder detectar o racismo estrutural, diferente em cada país, que afeta em maior medida o mundo do trabalho, acadêmico e político”.

Ataques racistas, desqualificadores, contrários aos conteúdos de publicações de mulheres negras independentemente da idade e do lugar que ocupem, surgem de todos os cantos do mundo, de vários setores e de diversas formas.

Tais condutas ocorrem com muita incidência e com maior visibilidade quando são direcionados às mulheres negras escritoras. Tenho plena certeza que estes ataques são estrategicamente pensado para contrapor o grau de conscientização que as mulheres negras constituem com a sociedade ao traduzir ações e posições política dos movimentos negros ao longo da história e, trajetórias contemporâneas que também se acumulam contradições naturais em literaturas ou textos escritos.

Mulheres negras que são escritoras e militantes quando escrevem, expõem feridas abertas, mazelas e sequelas sócio econômica do racismo.  

Quero que cada país se concentre em sua própria história, não pretendo uma leitura homogênea do racismo. Gostaria que os pesquisadores locais trouxessem à luz aquela parte da história que o país preferiria não encarar”. (Trechos da entrevista de Eddo-Lodge  no Jornal ElPaís)

“.....Temos que entender que milhares de mulheres podem enfrentar discriminação em diferentes contextos, em espaços políticos ou culturais diferentes. E temos que ser capazes de entender claramente essas diferenças para combater de modo eficaz o machismo. Não são as diferenças que nos dividem, mas nosso fracasso em entender essas diferenças e abraçá-las”.( (Trechos da entrevista de Eddo-Lodge  no Jornal ElPaís) 

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